Nas últimas semanas, o estado do Amazonas enfrenta uma nova etapa da cheia dos rios, com 20 municípios em situação de emergência, impactando mais de 209 mil pessoas (≈ 52 300 famílias). O Governo do Estado, por meio da Operação Cheia 2025, iniciou logo em abril a entrega de alimentos, água potável, caixas d’água e purificadores, beneficiando cerca de 8 mil famílias (26 mil pessoas) nas calhas dos rios Madeira, em localidades como Manicoré, Humaitá e Apuí .
Doenças que surgem com as cheias
A inundação traz risco elevado de diversas enfermidades, especialmente aquelas transmitidas por água contaminada, insetos e roedores. A FVS-RCP (Fundação de Vigilância em Saúde) alerta para:
- Doenças diarreicas agudas (DDA): causadas por consumo de água ou alimentos contaminados e comuns após enchentes.
- Leptospirose: transmitida pela bactéria Leptospira presente na urina de roedores em ambientes alagados. Entre janeiro e março de 2025, foram notificados 34 casos, com 7 confirmados no Amazonas.
- Hepatite A: ocorre via ingestão de água/alimentos contaminados. Foram registrados 262 casos entre janeiro e maio deste ano, com 144 apenas em Manaus .
- Arboviroses (dengue, chikungunya, zika): o acúmulo de água parada favorece a proliferação do Aedes aegypti.
De acordo com especialistas, também crescem os casos de diarreias, febre tifoide, giardíase, amebíase, além de doenças respiratórias devido à umidade.
Acidentes com animais peçonhentos
O período pós-cheia também aumenta a presença de cobras, escorpiões e aranhas em áreas secas, como quintais e construções. A FVS-RCP orienta higiene rigorosa, armazenamento adequado do lixo e uso de botas e luvas em limpezas.
Recomendações para prevenção
A Fundação de Vigilância em Saúde recomenda:
- Usar apenas água potável (filtrada, fervida ou tratada com hipoclorito)
- Evitar contato com água de enchente e lama; crianças não devem brincar nessas áreas
- Ao limpar ambientes, usar botas, luvas e desinfetantes .
- Eliminar focos de água parada e manter higiene para impedir criadouros do mosquito
- Em caso de acidentes com animais peçonhentos, lavar o local com água e sabão e procurar atendimento imediato
- Buscar ajuda médica frente a sintomas como febre, diarreia intensa, dor muscular, amarelamento da pele ou urina escura.
As cheias no Amazonas provocam um impacto significativo na saúde pública. Além dos transtornos comunitários, a população enfrenta risco maior de leptospirose, hepatite A, arboviroses, diarreias e acidentes com animais peçonhentos. A adoção de cuidados simples — como uso de água tratada, higienização pessoal e ambiental e atenção a sintomas — faz muita diferença. Mantenha-se informado e siga as orientações da vigilância sanitária!