Governo investe R$ 245 milhões para ofertar Implanon gratuitamente pelo SUS

O Ministério da Saúde anunciou que o Implanon, um implante hormonal utilizado como método contraceptivo, passará a ser oferecido gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Conhecido tecnicamente como implante subdérmico contraceptivo liberador de etonogestrel, o método já é amplamente utilizado em vários países por sua segurança e longa duração. O pequeno dispositivo, fino e discreto, é inserido sob a pele do braço da paciente e age por até três anos, sendo uma alternativa eficaz para evitar gestações não planejadas. Sua eficácia e duração superam as de métodos contraceptivos tradicionais.

A previsão do Ministério é distribuir 1,8 milhão de implantes até 2026, sendo 500 mil ainda em 2024. No mercado, o implante custa entre R$ 2 mil e R$ 4 mil, e o investimento do governo federal será de aproximadamente R$ 245 milhões.

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, destacou que a decisão de incluir o Implanon no SUS foi tomada a partir da recomendação da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec). “Esse método tem eficácia muito maior na prevenção da gravidez não planejada. A partir dessa aprovação, vamos orientar as equipes de saúde, realizar as compras e capacitar as Unidades Básicas de Saúde (UBS) para que o uso já comece no segundo semestre deste ano”, afirmou Padilha.

A novidade foi anunciada oficialmente durante a reunião da Conitec no dia 2 de julho. Além de contribuir para a prevenção da gravidez indesejada, a ampliação da oferta do Implanon faz parte das estratégias do Ministério para reduzir a mortalidade materna, em alinhamento com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU). A meta é diminuir em 25% a mortalidade materna no geral e em 50% entre mulheres negras até 2027.

Como funciona o Implanon?
O Implanon é um contraceptivo reversível de longa duração (LARC), que oferece alta eficácia sem a necessidade de uso contínuo. Ele age no organismo por até três anos, e ao ser retirado, a fertilidade da mulher retorna rapidamente. Caso a paciente deseje, um novo implante pode ser colocado imediatamente pelo próprio SUS.

Atualmente, entre os métodos contraceptivos de longa duração disponíveis no SUS, apenas o DIU de cobre é classificado como LARC. Métodos como anticoncepcionais orais ou injetáveis, por dependerem do uso correto e contínuo, apresentam menor eficácia em comparação aos LARC, que são considerados mais seguros e práticos.

Quando o método estará disponível?
A portaria que formaliza a inclusão do Implanon no SUS será publicada nos próximos dias. A partir daí, o Ministério da Saúde terá um prazo de 180 dias para efetivar a oferta. Esse processo inclui a atualização das diretrizes clínicas, compra e distribuição dos implantes, capacitação de profissionais e estruturação das unidades de saúde.

Atualmente, o SUS oferece aos usuários uma variedade de métodos contraceptivos, como preservativos masculinos e femininos, DIU de cobre, anticoncepcionais orais e injetáveis, além de procedimentos como laqueadura e vasectomia. Vale lembrar que, entre essas opções, somente os preservativos protegem contra Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs).


 

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