O 13º salário, esperado por grande parte dos trabalhadores no fim do ano, exige atenção estratégica no momento em que o valor entrar na conta. Especialistas reforçam que o benefício deve ser encarado como uma ferramenta de organização financeira — e não apenas como um alívio imediato para despesas de fim de ano.
O pagamento corresponde a um salário mensal, com descontos de INSS e Imposto de Renda aplicados apenas na segunda parcela. Para quem ingressou no emprego ao longo do ano, o cálculo é proporcional, considerando os meses efetivamente trabalhados.
Prioridade máxima: quitar dívidas
Segundo o educador financeiro João Victorino, a primeira análise deve ser sobre eventuais pendências financeiras.
“DÍvidas de juros elevados, como cartão de crédito e cheque especial, precisam ser tratadas como prioridade. Usar o 13º para eliminá-las ajuda a recuperar o equilíbrio financeiro”, afirma.
O professor de Ciências Contábeis da Faculdade Anhanguera, Adans Alberto Rocha, reforça que um diagnóstico detalhado das finanças deve vir antes de qualquer decisão.
“Se há dívidas, o ideal é direcionar o valor para abatê-las ou quitá-las. Isso garante alívio imediato e reduz impactos no orçamento do próximo ano”, explica.
Antecipar despesas de início de ano
Especialistas também recomendam reservar parte do valor para contas que costumam pesar logo em janeiro, como IPTU, IPVA, matrícula escolar e material didático.
“Se antecipar a esses custos evita aperto financeiro e reduz a necessidade de recorrer a crédito no começo do ano”, orienta Rocha.
Construir ou reforçar a reserva de emergência
Para quem não possui dívidas, a recomendação é focar na formação de uma reserva de emergência. Victorino lembra que essa reserva deve cobrir entre seis e 12 meses do custo básico de vida.
“Mesmo que o valor inicial seja pequeno, é importante desenvolver o hábito de guardar. Emergências acontecem e ter esse colchão garante segurança”, pontua.
Aplicações de alta liquidez, como contas remuneradas ou renda fixa de resgate rápido, são indicadas para manter o recurso acessível.
Investimentos para médio e longo prazo
Com a reserva formada e as contas em dia, o décimo terceiro pode ser direcionado a investimentos. A renda fixa segue sendo uma opção relevante, com produtos como Tesouro Direto, CDBs, LCIs e LCAs oferecendo boa previsibilidade de retorno.
“Investir parte do benefício fortalece o planejamento para metas futuras e ajuda a construir patrimônio”, destaca o professor da Anhanguera.
Compras de fim de ano com cautela
Se após priorizar dívidas, despesas de janeiro e reserva de emergência ainda houver margem para presentes e festividades, é importante não comprometer o valor total.
Rocha recomenda definir um limite de gastos e manter disciplina.
“Planejar evita endividamento e reduz o impacto das compras de fim de ano no orçamento”, explica.
Victorino lembra que o objetivo é fazer do 13º salário um instrumento de avanço financeiro.
“O valor deve ser usado com foco no longo prazo, ajudando a organizar as contas e a construir segurança”, afirma.
Com Informações do Site Bora Investir
Por João Paulo Oliveira, da redação da Jovem Pan News Manaus






