25 de setembro é do rádio! Nova lei celebra pioneiro da comunicação brasileira

Nesta quinta-feira (25), o Brasil celebra pela primeira vez o Dia Nacional do Rádio em sua nova data oficial: 25 de setembro. A mudança foi estabelecida pela Lei nº 15.101/2025, sancionada no início do ano pelo presidente Lula. A escolha da data homenageia o nascimento de Edgar Roquette Pinto (1884–1954), pioneiro da radiodifusão no país e fundador da primeira emissora oficial brasileira, a atual Rádio MEC.

Roquette Pinto realizou a primeira transmissão de rádio do Brasil em 1922, durante o centenário da Independência. Dois anos depois, fundou a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, marco inicial da comunicação radiofônica no país com fins educativos, culturais e sociais.

 Um legado que atravessa gerações

Mais do que um marco histórico, o rádio foi — e continua sendo — um dos principais meios de comunicação no Brasil. A trajetória de Roquette Pinto revela a essência do rádio brasileiro: popular, acessível, educativo e transformador.

Médico, antropólogo e educador, ele acreditava que a rádio poderia ser uma ferramenta para reduzir desigualdades no acesso ao conhecimento e promover a cultura nacional. Sua visão ainda ecoa nas ondas sonoras de milhares de emissoras espalhadas por todo o país.

“O rádio é, antes de tudo, uma escola. É um livro falado.”  Edgar Roquette Pinto

Roquette Pinto – Arquivo /Agência Brasil

O rádio em 2025: mais vivo do que nunca

Mesmo com o avanço da tecnologia, das redes sociais e das plataformas de streaming, o rádio continua presente no cotidiano de milhões de brasileiros — em casa, no carro, no celular, no campo e nas cidades.

Segundo dados da Anatel, o Brasil conta com mais de 10 mil emissoras de rádio licenciadas, entre rádios comerciais, comunitárias, educativas e públicas. Com forte presença em áreas rurais e comunidades com pouca conectividade, o rádio ainda é a principal fonte de informação e entretenimento para milhões de pessoas.

Para muitos profissionais da comunicação, a oficialização do Dia Nacional do Rádio representa o reconhecimento de uma história viva que continua sendo escrita todos os dias.

Vozes que fazem o rádio acontecer

O radialista Dan Oliveira, com mais de 15 anos de atuação, comemora a data com entusiasmo e destaca a importância do meio:

“Minha paixão pelo rádio começou em 2005, e desde então ele se tornou minha forma de levar emoção, informação e entretenimento às pessoas. Hoje, sigo no microfone com o mesmo entusiasmo, buscando sempre credibilidade e conexão com o público.”

Já a jornalista, radialista e artista visual Tatiana Sobreira, com mais de 30 anos de atuação na Amazônia, ressalta o papel multiplataforma do rádio na atualidade:

“O rádio é como um relógio interno que acompanha as pessoas — com música, informação ou companhia. Ele chega onde outras mídias não chegam. Hoje, o rádio se transforma: virou podcast, virou TV, ganhou imagem. É multiplataforma e segue mais vivo do que nunca.”

Com 40 anos de carreira no rádio, o jornalista político e radialista Jackson Nascimento reforça o papel estratégico do meio na integração regional, especialmente em um território com distâncias continentais como a Amazônia:

“A importância do rádio é informar e integrar regiões, como a Amazônia, onde ele ainda é essencial para a utilidade pública. Quando surgiu a televisão, diziam que o rádio acabaria, mas ele se associou à TV. Com a internet, aconteceu o mesmo. O rádio continua relevante, seja nas grandes cidades, no trânsito, ou nas regiões mais distantes. Ele sempre se adapta e permanece útil.”

O futuro do rádio

Ao longo dos anos, o rádio no Brasil e no mundo passou por transformações significativas, tanto na forma de programação quanto na estrutura das emissoras. No Amazonas, esse processo também se destacou: das transmissões pioneiras em ondas curtas às rádios comunitárias e digitais, o rádio evoluiu como um importante veículo de informação, cultura e entretenimento, acompanhando as mudanças tecnológicas e sociais e mantendo-se como voz ativa da região.

Com 35 anos de experiência, o diretor artístico Chacal Coletti relembra os anos 90, quando o rádio FM respirava a influência dos anos 80, tocando principalmente pop e rock internacional, com pouca música nacional. Essa realidade mudou ao longo do tempo, principalmente com a migração das rádios AM para FM a partir de 2010.

Para ele, o rádio sempre teve papel fundamental na informação, com noticiários matinais e vespertinos que marcam a programação das rádios FM. Sobre o futuro, Chacal é enfático:

“O futuro do rádio já chegou: ele será pautado pela inteligência artificial, com locuções automatizadas e programadores que trabalham com tecnologia para criar a programação, sem necessariamente a presença do locutor tradicional.”

Por que mudar a data?

Antes da nova lei, o Dia do Rádio era lembrado em 7 de novembro, data de nascimento de Guglielmo Marconi, o inventor do rádio. Com a sanção da Lei 15.101/2025, o Brasil opta por valorizar sua própria história, passando a comemorar o rádio em 25 de setembro, dia do nascimento de Roquette Pinto — o criador da radiodifusão no Brasil, que deu ao meio um propósito social desde seu início.

 

Karoline Marques, por Redação Jovem Pan News Manaus

foto: FreePik

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