Nesta terça-feira (23) é celebrado o Dia Internacional das Línguas Gestuais, proclamado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2017. A data tem como objetivo valorizar a identidade da comunidade surda, promover a diversidade cultural e reforçar a importância do acesso à comunicação e à informação, fundamentais para a participação plena na sociedade.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 1,5 bilhão de pessoas no mundo têm algum grau de perda auditiva. Desse total, aproximadamente 1 bilhão apresenta surdez leve, 266 milhões têm surdez moderada, 103 milhões sofrem de surdez severa e 17,2 milhões apresentam surdez profunda. Apenas 12,6 milhões são completamente surdos, sem capacidade de ouvir qualquer som.
No Brasil, os dados mais recentes, divulgados pelo IBGE em 2021, indicam que 2,3 milhões de pessoas têm deficiência auditiva. Considerando todos os graus de surdez, o número ultrapassa 10 milhões. No entanto, apenas 284 mil pessoas afirmam usar a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), evidenciando que a maioria depende de legendas em programas de TV, vídeos e outros recursos de acessibilidade.
A pesquisa reforça que nem todos os surdos utilizam LIBRAS e que a inclusão dessa população envolve mais do que apenas ensino da língua de sinais. A adaptação de espaços públicos e privados, a oferta de materiais educativos acessíveis, além de políticas de formação de profissionais capacitados, são essenciais para garantir participação plena na sociedade.
Além disso, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece recursos como aparelhos auditivos e implantes cocleares, considerados avanços tecnológicos fundamentais para a reabilitação auditiva. No entanto, especialistas apontam que a acessibilidade vai além do tratamento médico e depende de ações educativas, culturais e sociais para reduzir barreiras de comunicação.
O Dia Internacional das Línguas Gestuais serve como um alerta para os desafios enfrentados pela comunidade surda e reforça a importância do direito de comunicar, ser incluído e ter acesso a educação, saúde e informações em igualdade de condições.
Matéria: João Paulo Oliveira, da Redação