Em setembro, o Ipaam registrou quase 40 ocorrências em diferentes bairros da capital; órgão alerta que animais silvestres não devem ser alimentados nem tratados como domésticos
Em setembro, rolinhas, iguanas, periquitos e até mamíferos fizeram parte de um balanço inusitado em Manaus: ao todo, 39 animais silvestres foram resgatados em diferentes zonas da cidade, a partir de 36 solicitações da população. Os dados são do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), por meio da Gerência de Fauna (GFAU), que atua diariamente no resgate de espécies encontradas em áreas urbanas. Mais do que proteger os animais, as ações garantem a segurança da comunidade e reforçam a importância da preservação da fauna regional.
Entre os animais mais frequentes, destacam-se a rolinha-cinzenta (Columbina passerina), com três ocorrências; a iguana-verde (Iguana iguana), três; o pariri (Geotrygon montana), quatro; o periquitão-maracanã (Psittacara leucophtalmus), duas; e o periquito-asa-branca (Brotogeris versicolurus), também duas. Outros exemplares de aves e répteis da fauna regional foram encaminhados para avaliação técnica.
O diretor-presidente do Ipaam, Gustavo Picanço, reforçou a importância da colaboração da população para o sucesso das operações. Ele lembra que o serviço é destinado exclusivamente a animais silvestres.
“A Gerência de Fauna do Ipaam (GFAU) realiza o resgate de animais silvestres em situação de risco ou que invadiram áreas urbanas, mas não atende animais domésticos, como cães e gatos, nem espécies sinantrópicas, como ratos e morcegos. Muitos pedidos chegam pelo direct do Instagram, mas é fundamental que a população saiba diferenciar animais silvestres de domésticos”, explicou Picanço.
Os bairros com maior número de ocorrências foram Nova Cidade (4), Cidade Nova (3) e Parque 10 (3), seguidos por Aleixo, Chapada, Colônia Terra Nova, Da Paz, Santa Etelvina e Tarumã, com duas ocorrências cada.
Orientação e cuidados
A gerente da GFAU, Sônia Canto, destacou que, após o resgate, os animais passam por avaliação técnica e, sempre que possível, são devolvidos ao habitat natural. Ela também fez um alerta sobre práticas comuns da população.
“É comum que as pessoas, ao encontrarem um animal silvestre, queiram alimentá-lo. Mas isso pode causar sérios problemas de saúde. Produtos como pão, farinha, banana ou repolho não fazem parte da dieta dessas espécies e podem até levá-las à morte. Por isso, reforçamos que o correto é acionar imediatamente o Ipaam para que o resgate seja feito da forma adequada”, explicou.
O assessor ambiental da GFAU, Gilson Tavernard, reforçou que a rapidez no contato é fundamental:
“Sempre que houver a presença de um animal silvestre em área urbana, o primeiro passo é acionar o Ipaam pelo número de resgate, enviando foto e localização. Assim é possível avaliar a situação de forma mais rápida e segura. A prioridade é sempre garantir a preservação das espécies, especialmente as que estão ameaçadas de extinção, como o sauim-de-coleira.”
Para onde vão os animais?
Após o resgate, os animais são encaminhados para o Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), no Distrito Industrial I, zona sul de Manaus.
Nos Cetas, as espécies recebem identificação, triagem, tratamento e reabilitação, até estarem aptas para retornar ao ambiente natural. Quando possível, a soltura é feita em áreas cadastradas como Áreas de Soltura de Animais Silvestres (Asas) pelo Ibama, garantindo condições adequadas de sobrevivência.
Como acionar o resgate
Em caso de necessidade, a população deve entrar em contato com a Gerência de Fauna do Ipaam (GFAU). O atendimento é realizado de segunda a sexta-feira, das 8h às 14h.
Serviço de resgate do Ipaam (GFAU):
WhatsApp: (92) 98438-7964
Procedimento: enviar foto para identificação do animal e informar a localização.
Com Informações da Assessoria
Por João Paulo Oliveira, da redação da Jovem Pan News Manaus