O SBGames 2025 – Simpósio Brasileiro de Jogos e Entretenimento Digital se encerrou nesta sexta-feira (3/10), em Salvador (BA), reunindo cerca de mil participantes do Brasil e do exterior. A Universidade do Estado do Amazonas (UEA) participou com destaque da 24ª edição do evento, levando projetos de alunos de graduação e pós-graduação e evidenciando o espaço dado à pesquisa científica desde os primeiros anos acadêmicos.
Realizado no SENAI CIMATEC, o SBGames é considerado o maior encontro científico da América Latina voltado para jogos e entretenimento digital. Este ano, o simpósio aconteceu em conjunto com o SVR (Simpósio de Realidade Virtual e Aumentada) e o SIBGRAPI (Gráficos, Padrões e Imagens), consolidando-se como um dos principais espaços de inovação em computação no país.
Pesquisas da UEA
A participação da universidade foi liderada pelo ThinkTed – Laboratório de Pesquisa e Desenvolvimento em Tecnologias Emergentes, que levou ao simpósio artigos científicos desenvolvidos nas trilhas de Educação, Arte e Design e Cultura.
Entre os trabalhos apresentados estão jogos educacionais voltados para lógica de programação, estruturas de dados e problemas de otimização; um estudo comparativo sobre modelos de linguagem aplicados em Game Learning Analytics; uma avaliação de interface em jogos baseados na Teoria Cognitiva da Aprendizagem Multimídia; e trilhas sonoras criadas com inteligência artificial para games.
Na trilha de Cultura, o destaque foi o projeto “Protagonistas em Cartas”, desenvolvido por alunas da graduação para valorizar a presença de mulheres em áreas STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática).
Voz dos estudantes
Para muitos alunos, a experiência no SBGames representou o primeiro contato com a comunidade científica em escala nacional.
O estudante Endrenrique Cruz, 19 anos, do 4º período de Licenciatura em Computação, apresentou pesquisa sobre uso de inteligência artificial para criação de trilhas sonoras em jogos educacionais.
“Era a primeira vez que eu tinha contato direto com a escrita de um artigo científico, e achei extremamente difícil no começo. Mas, com o apoio dos orientadores, conseguimos estruturar bem a pesquisa e tivemos resultados incríveis. Agora, apresentando aqui, já consigo ficar mais tranquilo e aproveitando o aprendizado”, contou.
A também estudante de Licenciatura em Computação, Isabela Amora, 19 anos, destacou o processo colaborativo no desenvolvimento do jogo de cartas sobre mulheres em STEM:
“Foi um projeto demorado, mas isso acabou sendo positivo, porque mostrou que não pulamos etapas. Passamos por várias idas e voltas, revisando e melhorando. Hoje dá para ver que todo o processo trouxe aprendizado não só sobre o tema, mas também sobre o nosso próprio trabalho. É a minha primeira vez em um evento desse porte, e está sendo muito especial.”
Orientação e impacto
Para os professores, a participação no evento fortalece o papel da UEA no cenário científico nacional.
Segundo o mestrando Fabrizio Honda, integrante do ThinkTed, o simpósio é uma oportunidade de integração:
“O laboratório tem o papel de conectar pesquisadores, educadores e desenvolvedores, fortalecendo a área de jogos e fomentando novas pesquisas. Os trabalhos apresentados refletem tanto a vivência em sala de aula quanto as atividades desenvolvidas no laboratório, que envolvem criação de materiais educacionais e desenvolvimento de tecnologias.”
A professora Fernanda Pires, líder do grupo e orientadora dos artigos, destacou que a presença dos alunos serve de inspiração para outros estudantes da UEA:
“Quando um aluno vê colegas publicando artigos e apresentando em um evento desse porte, ele entende que também pode trilhar esse caminho. Além disso, as tecnologias desenvolvidas aqui — como jogos, realidade virtual e aumentada — têm potencial de aplicação em diversas áreas, não apenas no entretenimento. Isso amplia o impacto da pesquisa científica e motiva novos talentos.”
O SBGames 2025 foi encerrado nesta sexta-feira (3/10) após quatro dias de atividades que combinaram trilhas científicas, fóruns, festivais de jogos e artes, além de palestras internacionais.
Por Erike Ortteip, da redação da Jovem Pan News Manaus