Cessar-fogo em Gaza traz alívio, mas revela cenário devastador

Famílias palestinas retornam a escombros enquanto ONU pede urgência na ajuda humanitária

O cessar-fogo entre Israel e o Hamas entrou em vigor ao meio-dia desta sexta-feira (6), horário local , 6h em Brasília no Brasil, marcando uma pausa nas hostilidades após a ratificação do acordo de paz proposto pelos Estados Unidos.

Em Tel Aviv, familiares e amigos de reféns israelenses se reuniram na Praça dos Reféns para um jantar simbólico, em clima de esperança. Já na Faixa de Gaza, milhares de palestinos começaram a se deslocar de volta para o norte do território, muitos encontrando apenas ruínas no lugar de suas casas.

“É um dia indescritível. A guerra terminou. Pedimos agora aos negociadores que nos deixem voltar para toda a Faixa de Gaza”, relatou Ali Rihan, emocionado com o retorno.

A realidade, porém, é dura. Fidaa Haraz, moradora da cidade de Gaza, contou que não conseguiu reconhecer o local onde vivia.

“Ando pela rua e não consigo identificar onde era minha casa. Era de dois andares, e não sobrou nada. Agora, o que faremos das nossas vidas?”, lamentou.

Em Khan Younis, a situação se repete. “Não posso pegar móveis, nem roupas. Tudo está coberto por escombros”, relatou Ahmed Al-Brim.

De acordo com as Nações Unidas, cerca de 92% das casas em Gaza foram destruídas, e nove em cada dez palestinos tiveram que abandonar suas moradias para escapar dos bombardeios. A ONU cobra a abertura imediata de passagens para a entrada de ajuda humanitária. O porta-voz do Unicef, Ricardo Pires, alertou que o bloqueio impede a chegada de suprimentos básicos e ameaça causar uma tragédia ainda maior.

“As crianças estão com o sistema imunológico gravemente comprometido. É urgente permitir o acesso de alimentos e medicamentos”, afirmou.

Embora as tropas israelenses tenham recuado, Israel ainda mantém o controle de mais da metade do território palestino. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu declarou que o exército continuará presente em Gaza para garantir o desarmamento do Hamas.

Com informações da Agência Reuters.

Por Tatiana Sobreira, da Redação da Jovem Pan News Manaus.

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