A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (Correios) atravessa um momento crítico, acumulando diversos trimestres consecutivos de prejuízo e adotando políticas emergenciais para tentar preservar suas operações. Em 2024, o déficit atingiu R$ 2,6 bilhões, e, em 2025, a situação se agravou ainda mais.
A deterioração financeira da estatal é resultado de vários fatores combinados: queda nas receitas de postagens e serviços, perdas no segmento internacional (Remessa Conforme), aumento de despesas fixas — como passivos judiciais e reajustes salariais — e rigidez estrutural que limita ajustes diante das exigências regulatórias.
Para mitigar os impactos imediatos, os Correios decidiram suspender pagamentos em diferentes obrigações financeiras, acumulando R$ 2,75 bilhões em dívidas adiadas com fornecedores, tributos, planos de saúde e fundos de empregados.
Entre os débitos postergados estão R$ 741 milhões referentes ao INSS patronal, R$ 652 milhões a fornecedores, R$ 363 milhões ao Postal Saúde, R$ 271 milhões ligados ao programa Remessa Conforme, e valores de vale-alimentação e PIS/Cofins.
Além disso, no primeiro trimestre de 2025, os Correios registraram prejuízo de R$ 1,72 bilhão — 115% maior que no mesmo período de 2024 — resultado que reflete uma deterioração rápida das finanças da estatal.
Para enfrentar essa crise, a empresa recorreu a uma série de medidas de reestruturação:
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venda de imóveis e ativos ociosos
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lançamento de um programa de demissão voluntária (PDV)
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renegociação de contratos
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empréstimos para recompor o caixa
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tentativa de diversificar receitas com plataformas de marketplace e serviços logísticos integrados
Mesmo assim, especialistas avaliam que a rigidez orçamentária da estatal com alta parcela de custos fixos limita as margens de manobra em meio à crise. A crise dos Correios é, portanto, ao mesmo tempo operacional, financeira e estrutural.
Com informações da Assessoria.
Por Erike Ortteip, da redação da Jovem Pan News Manaus.