A empreendedora Regina Ramos, CEO da Sapopoema Biojoias, compartilhou sua trajetória no programa De Olho na Cidade, apresentado por Tatiana Sobreira e Jackson Nascimento, na Jovem Pan News Manaus.
Ribeirinha da comunidade do Carão, no Rio Negro, Regina contou que sua marca nasceu de uma história de superação pessoal.
“Eu sou artesã desde criança, mas o negócio começou há oito anos, depois de um período difícil de depressão e síndrome do pânico. Fazer biojoias foi uma terapia ocupacional que acabou se transformando em um negócio”, relatou a empresária.
Biojoia como símbolo de resistência e identidade cultural
Regina explica que a Sapopoema Biojoias carrega o propósito de valorizar a cultura cabocla e indígena, gerando renda e mantendo a floresta em pé.
“Quando você valoriza a biojoia, valoriza também quem a produz, o povo caboclo, indígena e ribeirinho. Essa visibilidade é fundamental para que essas mulheres sejam reconhecidas e possam viver dignamente do seu trabalho”, destacou.
Com peças produzidas manualmente, a marca se diferencia por oferecer design exclusivo e produção sustentável, priorizando o uso de sementes e elementos naturais da floresta.
Moda sustentável e presença em eventos
A marca amazonense vem ganhando espaço na moda nacional e internacional. Em 2025, a Sapopoema apresentou uma coleção no Amazon Poranga Fashion, evento que une design, cultura e sustentabilidade.
“Começamos a levar as biojoias também para a moda, apresentando roupas com sementes e acessórios que contam histórias da Amazônia”, contou Regina.
Cada peça é única, uma escolha consciente da CEO, que não trabalha com atacado.
“Faço isso para manter o equilíbrio e não voltar ao ritmo intenso que eu vivia antes. Assim, preservo o sentido artesanal e humano do meu trabalho.”
Rede de mulheres e cadeia produtiva ribeirinha
A Sapopoema Biojoias também impulsiona uma rede de artesãs e produtoras da região do Baixo Rio Negro, gerando renda e oportunidades locais.
“Hoje eu desenho as peças e recebo a produção de outras comunidades. Isso movimenta uma cadeia produtiva de mulheres que antes apenas forneciam matéria-prima e agora se veem como criadoras”, explicou.
O modelo colaborativo inspirou outras empreendedoras a criarem suas próprias marcas e fortaleceu o movimento feminino na região.
Mercado e desafios da valorização
Embora as biojoias amazônicas ganhem cada vez mais visibilidade fora do país, Regina reconhece que o mercado local ainda está em processo de amadurecimento.
Lá fora, o reconhecimento é muito maior. Eles entendem o valor cultural e ambiental do que fazemos. Aqui na Amazônia, esse movimento está começando agora, mas já é um avanço importante”, observou.
A CEO reforça que a valorização do artesanato é também uma forma de preservar o conhecimento ancestral e de garantir a sustentabilidade econômica das comunidades amazônicas.
Sapopoema Biojoias: design, cultura e propósito
Fundada em Manaus, a Sapopoema Biojoias atua na criação de peças autorais feitas com sementes, fibras e materiais naturais da floresta amazônica. A marca combina design contemporâneo, valorização cultural e impacto socioambiental, conectando moda, arte e sustentabilidade. Cada coleção traduz histórias da Amazônia, como a Coleção Cangalha, inspirada nas canoas do Rio Negro, símbolo de união e movimento coletivo.
A biojoia é mais do que um adorno. É a nossa história contada em forma de arte”, resume Regina Ramos.
Por Erike Ortteip, da redação da Jovem Pan News Manaus.



