Artistas Indígenas Amazonenses Brilham no Louvre e Conectam Cultura à Moda

Seanny e Rebeca Munduruku, Elisângela Apurinã e Amirla Oliveira estão entre os artistas indígenas amazonenses que tiveram suas obras expostas no Museu do Louvre, em Paris. A participação internacional e os desafios do processo foram comentados no programa “De olho na Cidade”, da Jovem Pan News Manaus, apresentado por Tatiana Sobreira e Jackson Nascimento.

O prestigiado Museu do Louvre, em Paris, abriu espaço para a arte indígena amazônica. O coletivo MI Moda Indígena levou nove obras de diferentes artistas e etnias, incluindo trabalhos de pessoas com deficiência visual, mostrando ao mundo a diversidade cultural da Amazônia. A experiência foi tema do programa De olho na Cidade, que destacou o significado da conquista para as artistas e para a valorização da cultura local.

Exposição no Louvre: Arte, inclusão e diversidade

A exposição foi aberta em 17 de outubro, reunindo obras no Carrossel do Louvre, área dedicada a galerias e eventos artísticos. Rebeca Munduruku destacou o esforço do coletivo para que a arte amazônica fosse reconhecida:

“O processo administrativo é um trabalho mais difícil, muito técnico, muito matemático, porque temos que organizar orçamento, buscar apoios e sustentar cada coluna do trabalho. Mas é uma conquista do coletivo. Eu acredito no coletivo. Somos mulheres aqui, representando não só a Amazônia do Amazonas, mas também do Pará. Queremos que nossa cultura seja conhecida no mundo.”

Seanny Munduruku também comentou a experiência:

“Foi maravilhoso estar neste momento único, representando um coletivo de mulheres. Queremos incluir e mostrar as diferenças étnicas por meio da moda, que é uma ferramenta maravilhosa para contar nossa história.”

Moda indígena e presença internacional


A exposição não se limitou à pintura. Amirla Oliveira, designer e modelo, participou da London Fashion Week, desfilando roupas criadas por sua mãe:

“Para mim foi muito gratificante desfilar, representar os povos indígenas e minha família nas ruas de Londres.”

Seanny explicou a importância de representar múltiplas etnias:

“Quando iniciamos este trabalho, não pensamos apenas nos Munduruku. Pensamos em tudo, em todas as etnias ao nosso redor, para mostrar nossas diferenças e a força da nossa cultura através da moda.”

Rebeca reforçou a dimensão cultural da viagem:

“O que estamos tentando fazer é criar pontes para que outras manifestações culturais do Amazonas cheguem a lugares onde ainda não são conhecidas. Mesmo que seja conhecido no Brasil, fora daqui ainda é novidade.”

Festival de Dança Indígena Kaxiri na Kuia

De volta ao Amazonas, Elisângela Apurinã, coordenadora do grupo Kaxiri na Kuia, comentou sobre o primeiro festival de dança indígena da comunidade, que ocorrerá em 16 de novembro, no Parque das Tribos:

“É o primeiro festival do tipo na região, totalmente indígena, com música, dança e gastronomia. Nosso grupo é multiétnico, com Apurinã, Baré e Cocama. Queremos valorizar diferentes etnias e fortalecer nossa cultura.”

Reconhecimento e visibilidade global


A presença amazônica no Louvre e em eventos internacionais de moda representa mais do que reconhecimento artístico: é uma oportunidade de dar visibilidade à diversidade cultural do Amazonas, fortalecer a representação indígena e criar pontes entre comunidades e o mundo. Como afirmou Rebeca Munduruku:

“Estamos levando nossa arte e cultura para lugares que ainda não conhecem, mostrando que a Amazônia tem muito a oferecer.”

Por Erike Ortteip, da redação da Jovem Pan News Manaus.

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