Exclusivo: Fiscalização ambiental do Amazonas reduz em até 80% queimadas e desmatamento, aponta Ipaam

Em entrevista ao programa Minuto a Minuto, da Jovem Pan News Manaus (98,7 FM), o gerente de Fiscalização do Ipaam, Marcelo Barroncas, destacou o papel da Operação Tamoiotatá e o uso de novas tecnologias no combate a crimes ambientais

O gerente de Fiscalização do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), Marcelo Barroncas, afirmou que o estado registrou uma redução de até 80% nas queimadas e no desmatamento em 2025. A declaração foi feita durante entrevista ao programa Minuto a Minuto, da Jovem Pan News Manaus (98,7 FM), apresentado por Caubi Cerquinho.

Segundo Barroncas, o resultado é fruto do fortalecimento das ações conjuntas entre órgãos estaduais e federais, com destaque para a Operação Tamoiotatá, que já está em sua quinta edição e atua principalmente no sul do Amazonas — região que concentra a maior parte das ocorrências de desmatamento.

Nós tivemos uma redução em torno de 70% a 80% tanto no desmatamento quanto nas queimadas. Isso se deve às condições climáticas favoráveis e ao trabalho contínuo das nossas equipes em campo”, afirmou o gerente.

Tecnologia e monitoramento remoto

Barroncas ressaltou que o uso de tecnologias de monitoramento por satélite e internet via Starlink tem permitido ao Ipaam agir de forma mais rápida e precisa em áreas de difícil acesso.

Hoje conseguimos identificar em tempo real a ocorrência de supressões vegetais e queimadas ilegais. Quando o desmatamento não tem autorização, a autuação é feita de forma remota, com embargo do imóvel e responsabilização do infrator”, explicou.

Ele destacou que, com o apoio da tecnologia, o Ipaam já consegue realizar autuações e embargos à distância, reduzindo custos e ampliando a cobertura da fiscalização nos 62 municípios do estado.

Operação Tamoiotatá.

Atualmente na sétima etapa, a Operação Tamoiotatá envolve a participação de diversos órgãos, como o Batalhão Ambiental, o Ibama e a Polícia Federal, além do próprio Ipaam.

A operação é contínua e ocorre em ciclos de 20 dias, cobrindo áreas críticas como Canutama, Lábrea, Humaitá e Apuí — o chamado Arco do Fogo. Em uma única etapa, foram aplicadas mais de R$ 55 milhões em multas ambientais”, destacou Barroncas.

Apesar dos avanços, o gerente pondera que o maior desafio ainda é identificar os responsáveis pelos crimes ambientais.

Muitas vezes conseguimos detectar o crime, mas o infrator se evade antes da chegada das equipes. Ainda assim, conseguimos prosseguir com o processo administrativo e penal quando há identificação”, disse.

Parcerias e desafios

O gerente lembrou que o Ipaam trabalha em parceria com o Batalhão Ambiental, responsável pelo suporte armado nas operações, e também com o Ministério Público, Tribunal de Contas e outros órgãos de controle.

Além da fiscalização em áreas de floresta, o instituto também atua no licenciamento e monitoramento de atividades industriais e oleiras, em municípios da região metropolitana, como Iranduba e Manacapuru.

A gente atua tanto em grandes operações quanto em fiscalizações rotineiras. No caso das olarias e madeireiras, fiscalizamos o uso de lenha e madeira irregular. Nosso objetivo é garantir que a exploração seja feita de forma legal e sustentável”, afirmou.

Recursos e investimentos

Barroncas destacou que, embora as autuações somem valores expressivos — apenas uma etapa da operação gerou mais de R$ 55 milhões em multas —, os recursos arrecadados não ficam com o Ipaam.

Esse dinheiro vai para o Fundo Estadual de Meio Ambiente. Houve uma proposta para destinar parte desses valores ao próprio instituto, mas ainda não foi efetivada. Seria essencial para investir em equipamentos e ações de campo”, explicou.

Compromisso ambiental

Encerrando a entrevista, o gerente reforçou o compromisso do Ipaam em manter a fiscalização ativa durante todo o ano.

A meta é não parar as operações. Nosso foco é preservar o meio ambiente, combater os ilícitos e promover o uso sustentável dos recursos naturais do Amazonas”, concluiu Barroncas.

Por Karoline Marques, da redação da Jovem Pan News Manaus

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