A Polícia Civil deflagrou, nesta quarta-feira (5), uma nova fase da Operação Carbono Oculto 86, que apura a infiltração da facção Primeiro Comando da Capital (PCC) no setor de combustíveis.
Ao menos 49 postos foram interditados nos estados do Piauí, Maranhão e Tocantins por suspeita de envolvimento em um esquema de lavagem de dinheiro e fraude fiscal.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Piauí (SSP-PI), a organização utilizava empresas de fachada, fundos de investimento e fintechs para movimentar recursos ilícitos, ocultar patrimônio e fraudar o mercado de combustíveis. A operação faz parte de uma ação nacional iniciada em São Paulo, que envolve também a Receita Federal, a Polícia Federal, o Ministério Público de São Paulo e a Polícia Militar paulista.
No Piauí, as interdições ocorreram em Teresina, Lagoa do Piauí, Demerval Lobão, Miguel Leão, Altos, Picos, Canto do Buriti, Dom Inocêncio, Uruçuí, Parnaíba e São João da Fronteira. No Maranhão, as ações se concentraram em Peritoró, Caxias, Alto Alegre e São Raimundo das Mangabeiras, além de São Miguel do Tocantins.
Bens apreendidos e mandados cumpridos
Durante a operação, foram apreendidos quatro aviões — entre eles um Raytheon Aircraft 400A, um Aircraft Astra SPX, um Aircraft C90A e um Cessna Aircraft 210M, pertencente ao empresário Haran Santhiago Girão Sampaio. Também foi apreendido um Porsche avaliado em mais de R$ 500 mil. As aeronaves foram encaminhadas à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para inserção de gravame nos registros, impedindo sua venda.
Os agentes cumpriram mandados de busca e apreensão em imóveis localizados em condomínios de luxo nos bairros Uruguai e Novo Uruguai, na zona Leste de Teresina, além de cinco apartamentos nas zonas Sul, Sudeste e Leste da capital. Também houve cumprimento de mandado em Araraquara (SP).
A Justiça determinou o sequestro de R$ 348 milhões em bens de 10 pessoas físicas e 60 empresas ligadas à investigação.
Esquema e conexão com a facção
De acordo com os investigadores, empresários piauienses mantinham ligação direta com operadores financeiros e fundos já identificados na primeira fase da Operação Carbono Oculto, considerada uma das maiores ações contra o crime organizado no país.
O grupo utilizava laranjas, fundos fictícios e movimentações via fintechs para dificultar o rastreamento da origem e do destino do dinheiro. As investigações apontam ainda que parte dos postos de combustíveis comercializava produtos adulterados e sonegava tributos, gerando prejuízo milionário aos cofres públicos.
A Operação Carbono Oculto segue em andamento, com o objetivo de identificar todos os integrantes e empresas envolvidos no esquema de lavagem de dinheiro ligado ao PCC.
Com informações da Agência Brasil*
Por Haliandro Furtado, da redação da Jovem Pan News Manaus



