O Ministério da Saúde promove neste sábado (8) o Dia D nacional de combate ao Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya. A mobilização integra a campanha “Não dê chance para dengue, zika e chikungunya” e contará com a participação de gestores públicos, profissionais de saúde, agentes de endemias e moradores de diversas regiões.
As atividades incluem mutirões de limpeza e ações educativas em espaços públicos e residências. Segundo o ministério, mais de 370 mil profissionais atuam na prevenção das arboviroses em 5.570 municípios. Os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) realizam visitas domiciliares e orientam as famílias, enquanto os Agentes de Combate às Endemias (ACE) inspecionam imóveis, aplicam larvicidas e coletam informações para planejamento das ações de vigilância.
Apesar da redução de 75% nos casos de dengue em relação a 2024, o governo federal mantém o alerta para o risco de novos surtos. Até 30 de outubro, foram registrados 1,6 milhão de casos prováveis e 1,6 mil mortes, número 72% menor que o do mesmo período do ano passado. São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Goiás e Rio Grande do Sul concentram a maior parte dos registros.
O 3º Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa), feito entre agosto e outubro, indica que 30% dos municípios brasileiros estão em estado de alerta. Em 3,2 mil cidades, mais de 80% das larvas foram encontradas em recipientes domésticos, como vasos de plantas, pneus, garrafas, calhas e caixas d’água.
Para o biênio 2025/2026, o Ministério da Saúde prevê R$ 183,5 milhões em investimentos em novas tecnologias de controle do mosquito, como estratificação de risco, estações disseminadoras de larvicida (EDLs), mosquitos estéreis irradiados e o método Wolbachia — técnica que reduz a capacidade de transmissão de vírus pelo Aedes aegypti.
O método Wolbachia já é aplicado em 11 municípios de oito estados. Em Niterói (RJ), a adoção da técnica foi associada à redução de 89% nos casos de dengue, 60% de chikungunya e 37% de zika. A expectativa do ministério é ampliar o projeto para 70 cidades até o fim de 2026, com 13 novas localidades ainda em 2025. Em Curitiba (PR), foi inaugurada este ano a maior biofábrica de Wolbachia do mundo, com capacidade para produzir 100 milhões de ovos por semana.
Além disso, foram distribuídos 2,3 milhões de sais de reidratação oral, 1,3 milhão de testes laboratoriais e 1,2 mil nebulizadores portáteis, além da instalação de 77,9 mil EDLs em 26 municípios. O fornecimento contínuo de larvicidas e adulticidas segue entre as ações de rotina.
A campanha orienta que “pequenas atitudes podem salvar vidas”, destacando medidas como manter caixas d’água fechadas, eliminar recipientes que acumulem água, descartar corretamente pneus e garrafas e colocar areia nos vasos de plantas. O ministério reforça que os moradores devem permitir a entrada dos agentes de saúde para inspeções e orientações.
Em caso de febre, dor de cabeça, dores nas articulações, náuseas ou manchas na pele, a recomendação é procurar uma Unidade Básica de Saúde. O uso de medicamentos sem orientação médica é contraindicado.
Com informações da Agência Brasil*
Por Victoria Medeiros, da Redação da Jovem Pan News Manaus
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