A Rússia afirmou nesta sexta-feira (7) que está preparada para atender a eventuais solicitações de ajuda da Venezuela, diante do que considera uma escalada de ações do governo Donald Trump contra o regime de Nicolás Maduro. A declaração foi feita por Maria Zakharova, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores russo.
“A Rússia demonstra solidariedade inabalável com a Venezuela e está preparada para responder de maneira adequada aos pedidos de Caracas, levando em conta tanto os desafios existentes quanto os potenciais. O mais importante agora é evitar qualquer escalada e promover soluções construtivas para os problemas existentes, com respeito ao direito internacional (…) No contexto da situação atual, mantemos contato contínuo e estreito com nossos amigos venezuelanos”, disse Zakharova.
Apesar do posicionamento firme, Zakharova não detalhou quais ações Moscou poderia executar, mas frisou que o governo russo busca impedir uma escalada mais intensa das tensões na América Latina, situação que, segundo ela, “não seria bom para ninguém”.
O presidente venezuelano Nicolás Maduro solicitou ajuda militar à Rússia, incluindo manutenção em caças Sukhoi, atualizações em sistemas de radar e o envio de sistemas de mísseis. O arsenal da Venezuela é majoritariamente formado por equipamentos russos, como o sistema de defesa aérea S-300, considerado a principal peça da defesa do país, embora precise de modernização devido às sanções econômicas prolongadas.
O pedido de apoio de Maduro surge em resposta àquilo que ele considera uma crescente ameaça dos Estados Unidos, que nos últimos meses ampliaram sua presença militar no Caribe, incluindo o maior porta-aviões do mundo, diversos navios e aeronaves de guerra, helicópteros de operações especiais e um submarino nuclear.
“Existem diferentes táticas e diferentes formas de conduzir os assuntos, mas é evidente — como dizem vários analistas, especialistas e representantes de diversas estruturas americanas — que uma agressão direta desse tipo só piorará a situação, em vez de resolver os problemas que podem perfeitamente ser solucionados por meios jurídicos e diplomáticos, dentro do campo legal”, completou Zakharova.
O governo russo reforçou que mantém contato constante com Caracas sobre a intensificação militar dos EUA na região caribenha. Desde agosto, a tensão entre os governos Trump e Maduro aumentou significativamente, quando o presidente americano classificou cartéis latino-americanos como organizações terroristas e autorizou operações militares contra eles.
Trump também acusou Maduro de chefiar o Cartel de Los Soles, dobrou a recompensa por sua captura para US$ 50 milhões e admitiu ter autorizado operações secretas da CIA na Venezuela.
O jornal americano The Wall Street Journal revelou que o governo Trump estaria estudando bombardear alvos militares venezuelanos, mapeados sob a acusação de estarem envolvidos com tráfico de drogas. Após a divulgação, Trump negou ter planos de ataques dentro do território venezuelano.
O governo americano afirma que suas ações têm caráter estritamente de combate ao narcotráfico, enquanto a Venezuela recorreu a aliados como Rússia e China, segundo reportagem do jornal The Washington Post.
Com informações do G1*
Por Victoria Medeiros da Redação da Jovem Pan News Manaus
Foto: Sputnik/Ramil Sitdikov






