Caso Henry Borel: júri de Monique Medeiros e Dr. Jairinho é marcado para março de 2026

Sessão será em 23 de março e ocorre após mais de quatro anos de tramitação do processo.
Júri popular de Monique Medeiros e Dr. Jairinho foi marcado para março de 2026 no Rio de Janeiro. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil/Arquivo

A Justiça do Rio de Janeiro marcou para 23 de março de 2026 o júri popular de Monique Medeiros e do ex-vereador Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho. Ambos são acusados da morte do menino Henry Borel, ocorrida em março de 2021. A definição da data vem após mais de quatro anos de andamento processual e recursos apresentados ao longo do período.

Antes do anúncio formal da sessão, familiares e representantes legais acompanharam a movimentação do processo e a expectativa pelo julgamento.

Em postagem nas redes sociais, o pai de Henry, Leniel Borel, que atua como assistente de acusação, lamentou o tempo de espera e relembrou a trajetória desde a morte do filho.

“Tenho mais tempo lutando por justiça pelo meu filho do que o tempo que tive com ele em vida. O Henry viveu só quatro anos. Eu acordo e durmo com o mesmo pedido: que a verdade sobre o que fizeram com o meu filho seja dita diante de toda a sociedade”, disse.

Pai da vítima comenta impacto emocional da data marcada

Com a confirmação do julgamento, Leniel afirmou que a definição do júri representa avanço, mas também reforça o peso emocional do caso.

Antes de comentar sobre a data, ele relatou como o processo se estendeu ao longo dos anos e sua expectativa quanto à análise do Conselho de Sentença.

“Ver a data do júri marcada é como reabrir uma ferida que nunca cicatrizou. Dói muito, mas também me dá esperança de que, enfim, o Henry será ouvido pela Justiça. Não é um processo qualquer: é o julgamento de um crime brutal contra uma criança de 4 anos que confiava nos adultos que deveriam protegê-la”, completou.

Relembre o caso

Henry Borel Medeiros morreu na madrugada de 8 de março de 2021, no apartamento onde vivia com a mãe, Monique Medeiros, e o padrasto, Dr. Jairinho, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro. O casal levou o menino a um hospital particular e afirmou que ele havia sofrido um acidente doméstico.

Contudo, o laudo do Instituto Médico-Legal apontou 23 lesões por ação violenta, incluindo laceração hepática e hemorragia interna. A Polícia Civil concluiu que Henry era vítima de agressões repetidas praticadas pelo padrasto e que a mãe tinha conhecimento das situações.

Com base nas investigações, o Ministério Público denunciou os dois por homicídio duplamente qualificado. Eles foram presos em abril de 2021. O processo passou por instrução, perícias e recursos em instâncias superiores, o que retardou a formação do júri popular.

 

Com informações da Agência Brasil*

Por Haliandro Furtado, da redação da Jovem Pan News Manaus