O setor Jarauá, localizado na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, acaba de alcançar um marco histórico com a regularização completa de seu entreposto flutuante de manejo de jacarés. Projetada especificamente para as condições da várzea amazônica, a estrutura garante segurança, organização e conformidade no processamento dos animais manejados.
A iniciativa conta com o acompanhamento técnico do Instituto Mamirauá desde os anos 2000, combinando práticas tradicionais de manejo com conhecimento científico. O entreposto é o primeiro do Brasil a operar com licenciamento integral nas áreas ambiental e sanitária, além de ser a primeira unidade a receber dispensa ambiental, o que reforça a confiabilidade do sistema e sua importância para a conservação da biodiversidade.
A autorização permite o pleno funcionamento da unidade dentro das normas vigentes e fortalece um modelo de manejo comunitário já reconhecido na região pela sua eficácia ambiental e social.
Manejo sustentável e benefícios econômicos
O manejo de jacarés no Jarauá segue critérios rígidos de sustentabilidade e possui uma cota máxima de 500 animais por ano, definida com base em estudos científicos. A atividade tem potencial para gerar entre R$ 230 mil e R$ 240 mil anuais em retorno financeiro para as comunidades envolvidas.
Além de ampliar a renda, o manejo também se integra a outras práticas sustentáveis já consolidadas na região, como o manejo do pirarucu e a pesca artesanal. A combinação dessas atividades cria oportunidades de trabalho especialmente para jovens, contribuindo para a permanência das novas gerações nas comunidades ribeirinhas.
A atividade conta com autorização federal do Ibama desde 2020. Com a nova dispensa ambiental emitida pelo Ipaam, um novo plano de manejo poderá ser submetido para análise, com previsão de renovação da autorização federal para o ciclo de 2026.
Impacto direto para a comunidade
Para os moradores da região, a regularização representa uma conquista histórica que fortalece a autonomia local e garante segurança jurídica para continuar a atividade.
Adelson da Silva Oliveira, presidente da associação comunitária e participante do manejo há 16 anos, destaca a importância do avanço:
“É uma grande vitória para a comunidade e para o setor. Desde que cheguei aqui, foi uma luta conseguir essa licença. O manejo é um ganho a mais na renda das famílias, envolvendo cerca de 40 famílias, além de outras comunidades participantes.”
A regularização consolida o manejo de jacarés como uma das principais estratégias de desenvolvimento sustentável na Amazônia, aliando conservação, geração de renda e valorização da cultura ribeirinha.
Com informações da Assessoria.
Por Erike Ortteip, da redação da Jovem Pan News Manaus.






