Entidades do setor produtivo reagem ao fim da tarifa de 40% dos EUA sobre produtos brasileiros

Medida anunciada por Donald Trump retira sobretaxa para itens agrícolas e tem efeito retroativo
Exportações brasileiras de produtos agrícolas foram impactadas pela tarifa de 40% adotada pelos EUA - Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de retirar a tarifa adicional de 40% sobre diversos produtos brasileiros gerou manifestações de entidades da indústria e do agronegócio. A isenção tem efeito retroativo a 13 de novembro e poderá resultar no reembolso de cargas já enviadas.

Entre os itens beneficiados estão café, carne bovina, banana, tomate, açaí, castanha de caju e chá, produtos que compõem parte relevante da pauta agrícola brasileira destinada ao mercado norte-americano.

Amcham avalia efeitos da medida

A Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham) divulgou nota analisando a decisão. Antes da sonora, a entidade contextualizou que a mudança interfere diretamente na competitividade dos exportadores brasileiros e no fluxo comercial entre os dois países.

A revogação da tarifa extra de 40% “é muito positiva” e representa avanço para a normalização do comércio bilateral, “com efeitos imediatos para a competitividade das empresas brasileiras envolvidas e sinaliza um resultado concreto do diálogo em alto nível entre os dois países”, disse a Amcham.

A entidade destacou que ainda é necessário ampliar o diálogo para eliminar sobretaxas que continuam em vigor.

CNI comenta retomada da agenda bilateral

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) também se posicionou sobre o impacto da retirada da tarifa. Antes da sonora, a instituição destacou que acompanha as negociações e considera que a decisão envolve parcela significativa dos itens agrícolas exportados.

“A decisão do governo americano de remover a tarifa de 40% a 249 produtos agrícolas brasileiros é avanço concreto na renovação da agenda bilateral e condiz com papel do Brasil como grande parceiro comercial dos Estados Unidos”, declarou Ricardo Alban, presidente da CNI.

Ele afirmou ainda que “vemos com grande otimismo a ampliação das exceções e acreditamos que a medida restaura parte do papel que o Brasil sempre teve como um dos grandes fornecedores do mercado americano”, concluiu.

FIEMG aponta impacto sobre setores exportadores

A Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG) também avaliou o efeito da retirada da tarifa. Antes da sonora, a entidade ressaltou que segmentos industriais do estado têm presença relevante no comércio exterior com os Estados Unidos.

A medida “alivia setores que vinham enfrentando perda de competitividade no mercado norte-americano”, afirmou a FIEMG.
A federação acrescentou que sempre defendeu negociação constante e técnica entre os países “como instrumento central para a retomada das condições adequadas de comércio”, disse a entidade.

Governo brasileiro comenta próximos passos

O governo federal também reagiu à decisão. O presidente em exercício e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, avaliou os impactos e explicou que parte das exportações segue sujeita às tarifas.

O ministério informou que segue monitorando o andamento das discussões e que o anúncio representa avanço parcial nas tratativas.

Alckmin afirmou que 22% das exportações brasileiras aos Estados Unidos continuam sob sobretaxa e destacou que a retirada da tarifa representa o maior avanço até agora nas negociações bilaterais.

Com informações da Agência Brasil*

Por Haliandro Furtado, da redação da Jovem Pan News Manaus