O Amazonas voltou a registrar aumento de casos de vírus respiratórios entre crianças ao longo de novembro. A situação ficou mais evidente no boletim mais recente divulgado pela Fundação de Vigilância em Saúde Dra. Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP), que monitora diariamente a circulação viral no estado. Embora os informes sejam publicados com frequência, a atualização desta segunda-feira (24/11) chama atenção por trazer um recorte diferente das semanas anteriores: o avanço consistente de novos casos entre bebês e crianças pequenas, especialmente menores de 1 ano.
O levantamento mostra que, nas três semanas compreendidas entre 2 e 22 de novembro, bebês com menos de 1 ano responderam por 40% dos casos confirmados de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Logo depois aparecem as faixas de 1 a 4 anos (24%) e 5 a 9 anos (20%). O comportamento reforça uma tendência clássica do período chuvoso na região, mas com intensidade maior no público infantil.
No acumulado do ano, o estado registrou 5 mil notificações de SRAG, sendo 1.807 com confirmação para vírus respiratórios. Também foram contabilizados 65 óbitos, envolvendo casos de Covid-19, Influenza A e B, rinovírus, VSR e parainfluenza.
Em relação aos vírus em circulação, as amostras analisadas pelo Laboratório Central de Saúde Pública do Amazonas (Lacen-AM) indicam um cenário dominado pelo rinovírus (55,7%), seguido pelo Vírus Sincicial Respiratório (33,3%), adenovírus (21%) e influenza A (5,7%). A presença forte de rinovírus e VSR simultaneamente é um dos fatores que pressiona a rede pediátrica nesta época do ano.
A secretária de Estado de Saúde, Nayara Maksoud, afirma que o trabalho conjunto entre vigilância e assistência tem sido essencial para organizar o fluxo de atendimento.
“A integração entre as equipes tem sido decisiva para manter o controle dos casos e garantir assistência oportuna à população. As unidades de referência estão preparadas para triagem, testagem e manejo clínico de acordo com cada situação”, destacou.
Entre as iniciativas em curso, Nayara cita o programa Alta Oportuna, implantado nos prontos-socorros infantis. A medida consiste na entrega de medicamentos e orientações aos pais logo após a alta hospitalar.
“O programa tem ajudado a reduzir o retorno de crianças às emergências e contribui para desafogar a rede de urgência e emergência”, afirmou.
A diretora-presidente da FVS-RCP, Tatyana Amorim, reforça que medidas simples seguem efetivas para prevenir as infecções respiratórias.
“A higienização frequente das mãos, a etiqueta respiratória e o uso de máscara por quem estiver com sintomas continuam sendo fundamentais para evitar a transmissão”, disse.
Tatyana também faz um alerta para o cuidado com bebês.
“É essencial proteger crianças menores de seis meses, evitando a exposição a ambientes de risco. Elas são as mais vulneráveis às complicações”, destacou.
As vacinas contra influenza e Covid-19 seguem disponíveis em todo o estado para os públicos recomendados e continuam sendo consideradas importantes para reduzir casos graves.
Com Informações da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas
Por João Paulo Oliveira, da redação da Jovem Pan News Manaus






