Indígenas recebem mais de 8 mil filtros para ampliar acesso à água potável

Distribuição atende mais de 33 mil indígenas em 23 distritos sanitários da Amazônia Legal e Centro-Oeste
Foto: Felipe Aleixo Baré/DSEI Manaus

O Ministério da Saúde iniciou a distribuição de 8,3 mil filtros de água para ampliar o acesso à água potável a mais de 33 mil indígenas que vivem em 23 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI) da Amazônia Legal e do Centro-Oeste. A ação é realizada em parceria com a ONG Água é Vida e o Instituto Alok.

Os filtros são destinados a famílias que enfrentam escassez de água de qualidade, especialmente em períodos de seca. A tecnologia empregada permite remover agentes responsáveis por doenças de veiculação hídrica, como diarreia e giardíase.

O secretário de Saúde Indígena, Weibe Tapeba, afirmou que a ação integra os esforços do governo federal para garantir segurança hídrica e prevenir doenças nas comunidades. Segundo ele, o uso de tecnologias adequadas e o monitoramento contínuo contribuem para orientar intervenções nas áreas atendidas.

O filtro distribuído pode ser instalado em baldes ou garrafas PET. O equipamento tem capacidade de filtrar até 800 mililitros por minuto e entre 60 e 100 litros por dia. A tecnologia utiliza membranas com poros de 0,1 micrômetro, capazes de remover microrganismos que causam infecções intestinais, disenteria, giardíase e vírus como rotavírus e norovírus. As famílias também receberam orientação sobre instalação e manutenção.

O desempenho dos filtros será monitorado por um aplicativo que utiliza QR code para registrar informações georreferenciadas. Os dados incluem qualidade da água, impactos na saúde e indicadores socioambientais das famílias atendidas.

As primeiras entregas ocorreram na Aldeia Muritinga, da etnia Mura, no DSEI Manaus (AM). O conselheiro do Condise, Wallace Mura, afirmou que os filtros chegam em um momento em que a comunidade registrou surtos de diarreia e vômito entre crianças e idosos.

O diretor de Projetos e Determinantes Ambientais da Saúde Indígena, Bruno Cantarella, avaliou que os filtros devem ampliar a segurança na coleta de água em igarapés, rios e lagoas durante períodos de seca, reduzindo riscos de contaminação.

Segundo o Ministério da Saúde, a distribuição busca assegurar disponibilidade de água adequada para consumo nas fases de maior restrição hídrica.


Com informações do Agência Brasil*

Por Haliandro Furtado — Redação da Jovem Pan News Manaus