O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou a possibilidade de deixar o comando do Ministério da Fazenda para se dedicar à campanha de reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2026. A declaração foi dada em entrevistas aos jornais O Globo e Folha de S.Paulo, nas quais o ministro indicou que o afastamento pode ocorrer já no início do próximo ano.
Nos bastidores do governo, a expectativa é de que uma eventual saída aconteça até abril, prazo-limite de desincompatibilização eleitoral, período em que ocupantes de cargos públicos precisam deixar as funções para participar formalmente do processo eleitoral.
Haddad afirmou que tem a “intenção de colaborar com a campanha do presidente Lula”, mas reiterou que não pretende disputar cargos eletivos em 2026.
“Quero dar uma contribuição para pensar o programa de governo e para pensar como estruturar a campanha dele”, declarou.
Cenário político e mercado
Apesar da negativa do ministro sobre uma candidatura, analistas avaliam que Haddad pode voltar a disputar o governo de São Paulo ou concorrer ao Senado, com o objetivo de fortalecer o palanque de Lula e do PT no maior colégio eleitoral do país. A leitura é de que sua presença no estado teria peso estratégico na eleição presidencial.
Para Christopher Garman, diretor-gerente para as Américas do Eurasia Group, a decisão pode depender de um pedido direto do presidente.
“Haddad tem dito que não tem um desejo muito grande de concorrer, mas se o presidente Lula pedir para ele compor o palanque em São Paulo, ele vai, porque é um nome forte dentro do PT”, avaliou.
Com o avanço do calendário eleitoral, especialistas apontam tendência de maior volatilidade nos mercados, com oscilações mais frequentes no câmbio e na Bolsa de Valores, diante das incertezas sobre a condução da política econômica.
Sucessão e incertezas
Diante da possibilidade de saída de Haddad, o nome mais citado para assumir o Ministério da Fazenda de forma interina é o do atual secretário-executivo da pasta, Dario Durigan. A eventual troca, no entanto, gera dúvidas sobre o rumo da política fiscal no médio prazo.
Segundo Garman, a principal preocupação dos investidores será a definição de quem comandará a economia em um eventual quarto mandato de Lula.
“Haverá muita incerteza sobre a expectativa do futuro ministro da Fazenda, e isso tende a gerar volatilidade no mercado”, afirmou.
A economista e consultora Zeina Latif também avalia que o tema fiscal deve ganhar centralidade no debate eleitoral de 2026. Para ela, o cenário das contas públicas exigirá sinalizações claras do governo para reduzir instabilidade.
“Será preciso algum tipo de aceno para evitar oscilações mais fortes”, afirmou.
Latif ressalta ainda que a discussão sobre ajuste fiscal e dívida pública deve permanecer no centro da agenda econômica nos próximos anos.
Com Informações do G1
Por João Paulo Oliveira, da redação da Jovem Pan News Manaus






