Com demanda crescente no mercado nacional, o tambaqui consolida-se como um dos pilares da piscicultura brasileira, impulsionando inovação, sustentabilidade e geração de valor ao longo da cadeia produtiva.
A produção em cativeiro tornou-se estratégica para atender o consumo elevado do tambaqui, especialmente na região Norte, reduzindo a pressão sobre a pesca extrativa e garantindo regularidade de oferta. Principal espécie nativa da piscicultura nacional e a segunda mais cultivada no Brasil, o peixe vem sendo beneficiado por avanços tecnológicos e novas pesquisas que elevam a produtividade e fortalecem práticas sustentáveis no setor.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil produziu 113,6 mil toneladas de tambaqui em 2023, movimentando mais de R$ 1,2 bilhão na economia. Esse desempenho é sustentado por décadas de conhecimento técnico desenvolvido pela Embrapa e por parceiros públicos e privados, com destaque para sistemas intensivos de cultivo em tanques escavados com aeração diária, tecnologia que triplicou a produtividade média no Amazonas — de 6 para 18 toneladas por hectare — e hoje já é adotada em estados como Rondônia e Roraima, consolidando o tambaqui como vetor de segurança alimentar, emprego e renda no país.
Nutrição e sanidade de peixes
Ainda segundo a Embrapa Amazônia Ocidental, outras linhas de pesquisa também são direcionadas para a nutrição e a sanidade do tambaqui. Pesquisas para a nutrição e a saúde de peixes contemplam estudos de estratégias alimentares, alternativas de ração para reduzir custos no sistema de produção e agregar valor nutricional, manejo de arraçoamento para evitar a degradação da qualidade da água de criação, práticas de manejo sanitário, tecnologias para o uso de produtos à base de plantas medicinais no tratamento e na prevenção de doenças e parasitas. Com esses novos conhecimentos, o objetivo é contribuir para o aumento da produtividade e maior sustentabilidade na atividade de piscicultura na região amazônica.
Práticas de manejo alimentar podem reduzir o custo com alimentação do tambaqui; é possível agregar valor nutricional na carcaça e filé de tambaquis com uso da sacha inchi, planta amazônica rica em ácido graxo ômega 3; a inclusão de ingredientes não convencionais, como o feijão caupi, na ração de matrinxãs e tambaquis pode ser utilizada com sucesso; produtos naturais, como resíduos de bananeira e sorgo, podem controlar a quantidade de parasitas sem comprometer o desempenho zootécnico; a levedura de cana-de-açúcar apresenta efeito probiótico em matrinxãs; e os resíduos da goiaba provenientes da agroindústria de polpa de frutas podem ser aproveitados na alimentação de tambaquis como um modelo de economia circular.
Para o mercado global e que ainda não tiveram acesso aos produtos da região norte do Brasil, fica o destaque para as infinitas possibilidades de commoditys assinadas com o nome da Amazônia brasileira. O que se apresenta como possibilidades para impulssionar, em larga escala, o mercado regional e mundial. Empresários brasileiros precisam abrir os olhos para novos selos exportados com o DNA amazônico.






