Exclusiva: Mudanças na CNH reacendem debate sobre formação de condutores e impactos no setor de autoescolas

Mudanças na CNH em 2025 geram debates sobre custos, formação de condutores e impactos no setor de autoescolas, especialmente no Amazonas.

O início de 2026 traz novas diretrizes para quem deseja tirar ou renovar a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) no Brasil.

As mudanças, que prometem modernizar o processo e reduzir custos, também abriram espaço para debates sobre a formação dos condutores e os reflexos no setor de autoescolas, especialmente nos estados.

Em entrevista exclusiva ao programa Minuto a Minuto, apresentado pelo jornalista Calbi Cerquinho, o presidente do Sindicato das Autoescolas do Amazonas, Raimundo Macena, avaliou as novas regras e destacou preocupações relacionadas à qualidade da formação no trânsito e aos impactos econômicos para o setor.

Segundo Macena, a educação no trânsito precisa ser tratada como elemento central no processo de habilitação. Para ele, a flexibilização das etapas, como a redução da carga horária prática e a ampliação do ensino teórico em formato digital, exige atenção para que o aprendizado não seja comprometido.

A formação do condutor vai além da obtenção do documento. É nesse período que o aluno aprende regras, sinalização, convivência no trânsito e responsabilidade”, explicou.

O presidente do sindicato também ressaltou que a redução do número mínimo de aulas práticas pode representar um desafio para candidatos sem experiência prévia.

Cada aluno tem um ritmo diferente de aprendizagem. O processo de formação precisa considerar essa realidade para garantir que o condutor esteja preparado para enfrentar o trânsito do dia a dia”, afirmou.

Outro ponto destacado na entrevista foi o impacto econômico no setor de autoescolas. De acordo com dados do sindicato, o Amazonas conta atualmente com mais de 120 autoescolas em funcionamento e cerca de dois mil instrutores credenciados. A expectativa, segundo Macena, é de que o novo modelo provoque mudanças significativas na dinâmica do mercado, exigindo adaptações por parte das empresas e dos profissionais da área.

Macena também chamou atenção para a composição dos custos do processo de habilitação. Segundo ele, além das aulas, o candidato precisa arcar com taxas administrativas e exames obrigatórios, que representam uma parte relevante do valor final.

Quando se fala em custo da CNH, é importante considerar todo o conjunto de despesas envolvidas no processo”, pontuou.

Durante a entrevista, o dirigente reforçou que o setor não é contrário a mudanças, mas defende que elas sejam acompanhadas de estudos técnicos e diálogo contínuo com os profissionais que atuam diariamente na formação de condutores.

A educação para o trânsito é fundamental para a segurança viária e precisa ser preservada em qualquer modelo”, destacou.

As novas regras da CNH entram em vigor em todo o país e inauguram uma nova etapa no processo de habilitação. O debate agora se concentra em como conciliar a ampliação do acesso ao documento com a manutenção da qualidade do ensino e da preparação dos futuros motoristas.

 

Por Ismael Oliveira – Redação Jovem Pan News Manaus