O goleiro Renan não irá defender o Avaí na temporada 2026. O jogador de 36 anos foi reprovado nos exames médicos realizados em Florianópolis, e o clube catarinense optou por não avançar na contratação, encerrando as tratativas iniciadas após o atleta rescindir contrato com o Amazonas.
De acordo com informação apurada pelo repórter Cristian Delosantos, da CBN Floripa, a avaliação médica identificou uma lesão que afastaria o goleiro dos gramados por um período estimado entre 30 e 40 dias. O prazo foi considerado determinante para a decisão do Avaí de não seguir com o acordo.
Antes da negociação, Renan havia encerrado um vínculo recém-renovado com o Amazonas após receber proposta do Avaí, clube pelo qual atuou em 2016. Durante a última temporada, o goleiro também conviveu com questões físicas, o que limitou sua sequência de partidas. Em 2025, ele disputou 24 jogos pelo Amazonas, entre o Campeonato Amazonense e a Série B do Campeonato Brasileiro.
O cenário da posição no Avaí é considerado delicado neste fim de ano. O então titular César Augusto rescindiu contrato de forma unilateral na Justiça, alegando débitos pendentes com base na atualização da Lei Geral do Esporte. Igor Bohn segue em recuperação de uma cirurgia no ombro, com retorno previsto apenas após o Campeonato Catarinense, enquanto Otávio teve o vínculo renovado.
Atleta se manifesta sobre o caso
Na tarde de segunda-feira, Renan se pronunciou por meio de sua assessoria de imprensa e das redes sociais. O goleiro afirmou que as informações divulgadas foram parciais e que a situação não corresponde à realidade apresentada. Segundo o atleta, ele possui uma microlesão em fase final de recuperação, condição que, de acordo com a nota, sempre foi de conhecimento do Avaí e não era considerada impeditiva para a contratação.
Renan também declarou que rescindiu com o Amazonas após garantias dadas pelo clube catarinense e criticou a mudança de postura após sua liberação.
Confira abaixo a nota divulgada na íntegra pelo atleta:
“Diante das informações parcial e convenientemente vazadas na manhã de hoje, venho aqui me posicionar. Escrevo esta nota com tristeza, mas também com a consciência tranquila de quem tem uma carreira conhecida pelo profissionalismo, pela palavra e pelo respeito aos clubes que defendi.
Lamento profundamente a exposição de conversas restritas e a forma como esse processo foi conduzido, expondo meu nome e tentando criar uma narrativa que não condiz com a verdade. Eu jamais falaria qualquer coisa sobre esse episódio por respeito ao clube, ainda que eu tivesse sido prejudicado. A decisão de trazer a público a história (e pior ainda: apenas parte dela), não só me atinge como profissional como também tenta colocar em dúvida a minha conduta e a minha condição como atleta.
É importante esclarecer: tenho, sim, uma MICROlesão, já em fase final de recuperação, situação que sempre foi de conhecimento do Avaí desde o início das conversas. Em nenhum momento isso foi tratado como um impeditivo para a sequência da negociação. Pelo contrário, o tema foi debatido com total transparência, inclusive com ciência dos meus exames médicos prévios.
O resultado dos exames que fiz em Florianópolis não mostrou nada diferente do que já era de conhecimento de todos e, sendo consenso entre médicos tanto do Amazonas como do Avaí e de outros profissionais que me avaliaram que a recuperação plena desta MICROlesão se dará em 20 a 30 dias no máximo, isso não impediria a minha condição de jogo, já que também, como sabido pelo Avaí, terminei a temporada jogando nestas mesmas condições já comprovadas nos exames anteriores. Isso tudo reforça ainda mais a minha estranheza na condução desse processo.
Sempre estive feliz e plenamente estabelecido no Amazonas, clube onde tinha o desejo de seguir trabalhando. Com a iniciativa de negociação do Avaí, fiquei sim muito feliz e aceitei ouvir e avançar nas conversas por uma questão familiar e pela história linda que construí com o clube, que fez parte de uma forma muito especial da minha trajetória e da minha vida.
A decisão de rescindir com o Amazonas foi tomada com base na palavra que me foi dada e por uma pressão e pedido de urgência por parte do Avaí para que assinássemos logo o contrato.
Aliás, cabe um agradecimento muito especial ao presidente Wesley, ao Daniel, ao Igor e a toda direção do Amazonas, que são pessoas especiais e sensíveis e entenderam minha demanda familiar e me liberaram gratuitamente, mas, infelizmente, após assinar minha rescisão, o discurso do Avaí mudou.
Isso me colocou em uma posição de extrema fragilidade profissional e pessoal, algo que nunca havia vivido e, sinceramente, nunca esperei de uma direção de clube. Mudar os termos de uma negociação somente depois que um atleta já abriu mão de sua estabilidade é algo que foge de qualquer padrão ético.
Por último, faço questão de reforçar meu amor, respeito e carinho intactos pelo Avaí Futebol Clube. A história que construí com esse clube e com sua torcida é muito maior do que qualquer situação envolvendo uma diretoria específica. O Avaí é sua torcida, e isso ninguém vai mudar. Seguirei trabalhando, me recuperando plenamente e honrando, como sempre fiz, a profissão que escolhi.”
Por Victoria Medeiros, da Redação da Jovem Pan News Manaus
Foto: Reprodução / GE






