Papa Leão XIV pede paz ao mundo e diz que responsabilidade começa no coração de cada um

Pontífice afirma que não há paz sem perdão, solidariedade e acolhimento dos mais frágeis; mensagens foram feitas no Natal, durante a Missa do Galo e na bênção Urbi et Orbi

O papa Leão XIV fez um apelo contundente pela paz mundial durante as celebrações de Natal no Vaticano. Em mensagens pronunciadas na Missa do Galo, na homilia do dia 25 de dezembro e na tradicional bênção Urbi et Orbi, o pontífice afirmou que a paz não depende apenas de acordos políticos, mas da conversão pessoal, do perdão e da responsabilidade de cada indivíduo.

“Quem não ama não se salva, está perdido”, afirmou o papa, ao dizer que Jesus Cristo é a verdadeira paz porque liberta o ser humano do pecado e indica o caminho para superar conflitos, desde os interpessoais até os internacionais.

Natal como escolha pela humildade e pela responsabilidade

Na Missa do Galo, celebrada na noite de 24 de dezembro na Basílica de São Pedro, Leão XIV destacou que Deus não se revela no poder, mas na fragilidade de um menino colocado em uma manjedoura. Segundo ele, o nascimento de Jesus em condições precárias simboliza a escolha divina de se identificar com os pobres, rejeitados e excluídos.

“O Natal não celebra uma ideia, mas uma presença viva”, disse. “Para encontrar o Salvador, não é preciso olhar para cima, mas contemplar o que está embaixo.”

O pontífice afirmou que onde não há espaço para o ser humano também não há espaço para Deus. “Não acolher o homem significa não acolher Deus”, afirmou, ao alertar para a exclusão de crianças, pobres, migrantes e estrangeiros.

Paz exige conversão pessoal e rejeição do ódio

Na mensagem Urbi et Orbi, lida na sacada central da Basílica Vaticana nesta quinta-feira (25), o papa afirmou que a paz começa com um coração liberto do pecado e disposto ao perdão. Para ele, Deus salva o mundo, mas não sem a colaboração humana.

“Deus, que nos criou sem nós, não pode salvar-nos sem nós”, disse, citando Santo Agostinho. “Sem um coração perdoado, não se pode ser construtor da paz.”

O papa afirmou que o caminho da paz passa pela responsabilidade pessoal, pela recusa do ódio, da violência e da polarização, e pela prática do diálogo, da reconciliação e da solidariedade.

Apelo às regiões em conflito e às lideranças políticas

Leão XIV fez menções diretas a diversas regiões marcadas por guerras e crises humanitárias. Ele pediu paz para o Oriente Médio, citando Palestina, Israel, Líbano e Síria, além da Ucrânia, Sudão, Haiti, Iêmen, Gaza, Mianmar e países da África atingidos por violência e instabilidade.

Ao falar da Europa, pediu que o continente mantenha espírito comunitário, fiel às suas raízes cristãs e solidário com quem sofre. Também fez um apelo aos líderes da América Latina para que priorizem o diálogo e o bem comum, em vez de disputas ideológicas.

O barulho das armas precisa cessar”, afirmou, ao pedir coragem para negociações sinceras apoiadas pela comunidade internacional.

A paz nasce do acolhimento da fragilidade

Na homilia do dia de Natal, o papa reforçou que a paz de Deus nasce do acolhimento da fragilidade humana. Citou crianças, idosos, refugiados, pessoas em situação de rua, desempregados e prisioneiros como rostos concretos da carne sofredora que pede atenção.

A paz nasce de um choro de criança acolhido, de um pranto ouvido, de ruínas que pedem solidariedade”, afirmou.

Segundo o pontífice, a Igreja é chamada a ser missionária, não a partir do poder, mas da proximidade com a dor humana. “Não estamos a serviço de uma palavra prepotente, mas de uma presença que suscita o bem.”

Natal como tempo de fé, caridade e esperança

Ao recordar o encerramento próximo do Jubileu da Esperança, Leão XIV afirmou que o Natal é, ao mesmo tempo, tempo de gratidão e de missão. Para ele, o nascimento de Jesus convida os cristãos a se tornarem mensageiros da paz.

O Natal é festa da fé, da caridade e da esperança”, disse.

“Cristo não vem para condenar, mas para salvar. Ele permanece conosco e é a porta sempre aberta.”

O papa encerrou as celebrações desejando um “feliz e santo Natal” e convidando os fiéis a não se deixarem vencer pela indiferença diante do sofrimento humano.

 

Com informações Vatican News
Foto: 
Por Ismael Oliveira – Redação Jovem Pan News Manaus