Exclusivo: Fogos de artifícios e os cuidados com os pets nas festas de final de ano

Além dos fogos, alimentos tóxicos e decorações natalinas, cães e gatos precisam de cuidados especiais durante as festas de fim de ano para evitar acidentes e estresse.

As festas de Natal e Ano Novo são momentos de confraternização e alegria em família, e cada vez mais os pets fazem parte dessas celebrações.

No entanto, o período também exige cuidados especiais para garantir a segurança e o bem-estar de cães e gatos, que podem ficar expostos a riscos como alimentos tóxicos, objetos perigosos e, principalmente, o barulho ensurdecedor dos fogos de artifício.

Entre os principais alertas está a exposição a barulhos intensos.

Em entrevista ao programa Minuto a Minuto, apresentado pelo jornalista Caubi Cerquinho, o médico-veterinário Fábio Gato explicou que muitos animais já nascem com sensibilidade auditiva, condição conhecida como sonofobia, que pode ser agravada nessa época do ano.

 “Alguns indivíduos nascem com sensibilidade no ouvidinho. Uns têm sensibilidade à chuva e trovões, outros aos fogos de artifício. Esses estímulos podem exacerbar a ansiedade generalizada, fazendo com que o animal desenvolva medo e até agressividade”, destacou o veterinário.

Segundo ele, o impacto do barulho pode ser tão intenso que há relatos de animais que se machucam gravemente ao tentar fugir.

 “Eles podem, inclusive, morrer. Há casos de animais que, ao ouvir o estampido dos fogos, atravessaram portas ou janelas tentando escapar do barulho”, alertou.

Para minimizar os efeitos do estresse causado pelos fogos, Fábio Gato orienta que os tutores mantenham os animais em ambientes seguros, com portas e janelas fechadas, e evitem punições ou reações exageradas.

 “É comum o pet buscar o colo do tutor. De forma inconsciente, o tutor acaba reforçando o comportamento de medo com carinhos. O ideal é permitir que o animal fique no local onde ele já se sente seguro, como embaixo da cama ou atrás de um móvel”, explicou.

Outra estratégia indicada é a dessensibilização sonora, que pode ser feita gradualmente em casa.

 “O cão ouve cerca de quatro vezes melhor que o ser humano. Então, a gente começa com sons bem baixos, como fogos ou chuva, e aumenta o volume aos poucos, associando sempre a algo positivo, como um petisco ou brinquedo. Isso ajuda muito”, afirmou.

O veterinário também fez um alerta importante sobre o uso de medicamentos sem orientação profissional.

 “Há uma medicação muito usada de forma errada, a acepromazina. Em animais com fobia, ela pode piorar os sintomas, ao invés de ajudar. Qualquer medicação só deve ser usada com prescrição do médico-veterinário”, reforçou.

Além dos fogos, outros cuidados são fundamentais durante as confraternizações. Objetos pequenos, enfeites natalinos, fios de luzes e velas devem ficar fora do alcance dos animais. Plantas típicas do período, como a poinsétia (flor-do-natal), são tóxicas para cães e gatos e devem ser evitadas.

A alimentação também merece atenção. Alimentos comuns nas ceias, como chocolate, uvas e uvas-passas, comidas temperadas com alho e cebola, bebidas alcoólicas, ossos e espinhas de peixe, podem causar intoxicações graves.

Para o médico veterinário, a principal orientação é o planejamento e a prevenção.

“O ambiente pode reforçar ou não essa sensibilidade do animal. Com cuidado, informação e acompanhamento profissional, é possível aproveitar as festas de final de ano de forma segura e tranquila para toda a família, incluindo os pets”, concluiu.

Em caso de sinais de estresse intenso, intoxicação ou comportamento anormal, a recomendação é procurar imediatamente um médico-veterinário.

 

*Por Ismael Oliveira – Redação Jovem Pan News Manaus*