Justiça determina que governo do AM elabore programa de trabalho para contrato de gestão do Hospital Delphina Aziz

Justiça determina que governo do AM elabore programa de trabalho para contrato de gestão do Hospital Delphina Aziz

A Justiça Federal determinou, em medida liminar, que o Estado do Amazonas elabore um novo programa de trabalho para o contrato firmado com o Instituto Nacional de Desenvolvimento Social e Humano (INDSH) para gestão da Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) Campos Salles e do Hospital Delphina Aziz, unidade de referência no atendimento a casos de Covid-19 no estado.

O prazo definido pela Justiça para a apresentação do novo programa é de dez dias.

A Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM) afirmou que já está tratando com a Controladoria Geral do Estado (CGE) para fortalecer o controle sobre os serviços prestados pelo Instituto Nacional de Desenvolvimento Social e Humano (INDSH) no Hospital Delphina Aziz. Em ofício encaminhado à CGE no último dia 15 de junho, a SES-AM solicitou apoio da CGE para a criação de auditorias paralelas para acompanhamento dos serviços prestados à secretaria que inclui o contrato do hospital.

A decisão judicial foi proferida em ação civil pública em que o Ministério Público Federal (MPF) apontou que o atual programa de trabalho do contrato, de quase de R$ 17 milhões mensais, apresenta irregularidades que comprometem a fiscalização dos recursos públicos.

A Justiça determinou que o novo programa de trabalho precisa conter:

  • ações e serviços de saúde que serão prestados pelo INDHS;
  • as metas físicas e de qualificação para as ações e atividades propostas;
  • indicadores que permitam medir a eficiência, eficácia, efetividade e economicidade dos serviços prestados;
  • sistema de avaliação de metas;
  • e teto financeiro mensal pactuado e sua variação de acordo com o cumprimento das metas.

O programa de trabalho também precisa incluir cláusulas que determinem a periodicidade para apresentação de relatórios contábeis e financeiros, relatórios referentes aos indicadores de qualidade estabelecidos para a unidade, relatório de custos, relatório de execução do contrato de gestão e relatórios de bens com permissão de uso com descrição do estado de conservação.

De acordo com a decisão, o Estado do Amazonas deve ainda comprovar a fiscalização mensal do contrato.

De acordo com o Ministério Público, o contrato foi firmado em março de 2019 com o INDSH e previa o pagamento por meio de uma metodologia composta de uma parte fixa, correspondente a 90% do valor, e outra variável, referente aos outros 10% dos valores mensais, calculada a partir do atingimento de metas de qualidade.

De acordo com a metodologia, o INDSH receberia o valor mensal de R$ 8.451.349 na primeira fase de implantação, prevista para abril de 2019. Em maio do mesmo ano, na segunda fase, o valor seria R$ 11.624.454; na terceira R$ 14.655.952,00, com previsão de execução em junho de 2019; e na quarta R$ 15.625.450,00, prevista para os meses seguintes.

Conforme o órgão de controle, O cronograma de execução previsto não foi executado e, ainda assim, foram assinados aditivos ao contrato, alterando os prazos de execução. Um dos aditivos, firmado em abril de 2020 e que indicou o Hospital Delphina Aziz como unidade de referência no enfrentamento à pandemia, elevou o pagamento mensal para R$ 16.919.822,78, mais que o dobro do estipulado para a primeira fase de implantação, que não chegou a ser concluída.

Fonte: G1

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