A Amazônia receberá uma nova doação de R$ 33 milhões da Suíça, anunciada neste domingo (9), às vésperas da COP30, que será realizada em Belém (PA). O valor corresponde a 5 milhões de francos suíços e eleva para mais de R$ 60 milhões o total de recursos doados pelo país europeu ao Fundo Amazônia, mecanismo administrado pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
O anúncio ocorreu durante o evento “Presença Suíça na COP30”, realizado no Museu Paraense Emílio Goeldi, com a presença da ministra Marina Silva, do presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, e de autoridades brasileiras e suíças.
A nova contribuição fortalece o Fundo Amazônia como o principal instrumento internacional de financiamento de ações voltadas à redução do desmatamento e degradação florestal (REDD+). A parceria entre o Brasil e a Suíça foi iniciada em 2023, com a primeira doação do mesmo valor.
A ministra Marina Silva destacou que as doações representam pagamentos por resultados obtidos na redução do desmatamento. Segundo ela, em 2024 o Brasil reduziu em 50% a supressão vegetal na Amazônia, evitando a emissão de 700 milhões de toneladas de CO₂.
“Toda vez que atingimos um bom resultado, conseguimos captar novos recursos. Esses avanços beneficiam povos indígenas, comunidades tradicionais e impulsionam ciência, tecnologia e inovação”, afirmou Marina Silva.
O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, afirmou que o gesto suíço reforça a confiança internacional na gestão do Brasil e amplia a capacidade de investimento na região.
“O Fundo Amazônia passou de cerca de R$ 300 milhões anuais para mais de R$ 1,2 bilhão por ano em financiamentos. Agora, o desafio é transformar o arco do desmatamento no arco da restauração, com cooperação internacional e inclusão social”, declarou.
O embaixador da Suíça no Brasil, Hanspeter Mock, ressaltou que o país apoia o Brasil na fiscalização e combate ao desmatamento ilegal.
“Sentimo-nos honrados em contribuir para os avanços do Brasil e caminhar ao lado do país nessa agenda ambiental”, afirmou.
Criado em 2008, o Fundo Amazônia combina proteção ambiental, desenvolvimento sustentável e melhoria da qualidade de vida na região amazônica. Após quatro anos de paralisação, o mecanismo foi retomado em 2023, com R$ 1,6 bilhão adicionais contratados e ampliação do número de doadores — de três para nove países.
Atualmente, o Fundo apoia 144 projetos em mais de 300 municípios da Amazônia Legal, beneficiando 260 mil pessoas e mais de 600 organizações comunitárias.
A Suíça se soma a outros doadores, como Alemanha, Noruega, Reino Unido, Dinamarca, Estados Unidos, Japão, Irlanda e União Europeia. O Fundo Amazônia é coordenado pelo MMA e operacionalizado pelo BNDES, contribuindo diretamente para as metas do Acordo de Paris e para o Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm).
Fundo Amazônia em números
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Ano de criação: 2008
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Gestão: BNDES, sob coordenação do MMA
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Doações totais contratadas: cerca de R$ 5 bilhões até 2025
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Principais doadores: Noruega, Alemanha, Reino Unido, Estados Unidos, Dinamarca, Suíça, Irlanda, Japão e União Europeia
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Projetos aprovados: 144
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Municípios atendidos: mais de 300 (70% da Amazônia Legal)
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Pessoas beneficiadas: cerca de 260 mil
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Organizações apoiadas: mais de 600
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Recursos contratados desde 2023: R$ 1,6 bilhão
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Eixos de atuação: combate ao desmatamento, bioeconomia, manejo florestal e fortalecimento de comunidades tradicionais
Com informações da Agência Gov*
Por Haliandro Furtado, da redação da Jovem Pan News Manaus






