Atentado suicida em tribunal de Islamabad deixa 12 mortos e reacende alerta de terrorismo no Paquistão

Explosão ocorre próximo a viatura policial na capital; autoridades investigam ligação com o Talibã paquistanês e intensificam segurança

Um ataque suicida deixou 12 mortos e mais de 30 feridos nesta terça-feira (11), nos arredores de um tribunal distrital em Islamabad, capital do Paquistão. De acordo com o ministro do Interior, Mohsin Naqvi, o agressor tentou entrar no prédio, mas acabou detonando os explosivos do lado de fora, próximo a uma viatura da polícia, após aguardar por cerca de 15 minutos.

O atentado ocorreu em uma das áreas mais movimentadas da cidade, onde funcionam escritórios do governo e o complexo judiciário. Testemunhas relataram cenas de pânico, correria e veículos em chamas logo após a explosão, que foi ouvida a quilômetros de distância.

“Estamos investigando esse incidente sob diferentes perspectivas. Não foi apenas mais um ataque, aconteceu no coração da capital”, afirmou o ministro Naqvi.

Talibã paquistanês reivindica ataque

Horas após a explosão, o Movimento dos Talibãs do Paquistão (TTP) reivindicou a autoria do atentado. Em comunicado, o grupo extremista afirmou que continuará atacando “aqueles que aplicam leis não islâmicas” até que a sharia seja implementada em todo o país.

O primeiro-ministro Shehbaz Sharif classificou o atentado como um ato de “terrorismo apoiado externamente” e pediu reforço das medidas de segurança em Islamabad. Ele também mencionou possíveis conexões com facções separatistas da região do Baluchistão, que historicamente têm conduzido ações contra forças do governo.

Escalada de violência e tensão política

O ataque ocorre em meio ao agravamento da crise de segurança no Paquistão, que enfrenta o ressurgimento de grupos militantes após o colapso das negociações de paz com o Afeganistão, realizadas em Istambul. O episódio se soma a uma sequência de ataques que desafiam o governo paquistanês e aumentam a pressão por uma resposta militar mais rigorosa.

Na noite anterior ao atentado, forças de segurança afirmaram ter frustrado uma invasão a uma academia militar na província de Khyber Pakhtunkhwa, próximo à fronteira afegã, onde militantes tentaram fazer cadetes reféns. Seis terroristas foram mortos, incluindo um homem-bomba.

Reação internacional

Tanto a China quanto os Estados Unidos condenaram o ataque. A diplomata americana Natalie Baker, vice-chefe da missão em Doha, declarou que “os Estados Unidos se solidarizam com o Paquistão na luta contra o terrorismo”.

Apesar das rígidas medidas de controle e segurança em Islamabad, o atentado mostrou vulnerabilidades no sistema de defesa da capital, aumentando a preocupação de que novas ações possam ocorrer nas próximas semanas.

O governo paquistanês prometeu reforçar a vigilância e “responder à altura” a futuras ameaças.

Com informações das agências AFP e Associated Press (AP)

Por Tatiana Sobreira, da redação da Jovem Pan News Manaus