O calor extremo e a fumaça de queimadas são responsáveis por milhares de mortes anuais no mundo, segundo o relatório Countdown on Health and Climate Change, publicado na revista The Lancet em parceria com a Organização Mundial da Saúde. Em 2024, estima-se que 546 mil mortes ocorreram devido ao calor e 154 mil pela exposição à fumaça de incêndios florestais.
O documento alerta que os impactos das mudanças climáticas sobre a saúde aumentam de forma acelerada, afetando bilhões de pessoas. Em 2024, ano mais quente da história, 12 dos 20 indicadores que monitoram riscos à saúde relacionados ao clima atingiram níveis inéditos. Entre 2020 e 2024, as ondas de calor ocorreram em média 19 dias por ano, sendo que 16 desses dias não teriam acontecido sem o aquecimento global.
O relatório destaca que a adaptação às mudanças climáticas “não é mais opcional, mas sim uma necessidade essencial e inegociável”, e que ações urgentes para reduzir a dependência de combustíveis fósseis são fundamentais para reduzir riscos, aumentar a resiliência e enfrentar desigualdades socioeconômicas.
No Amazonas, os impactos do calor e das queimadas também são evidentes. Em 2024, o estado registrou 21.289 focos de incêndio, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), um número recorde na série histórica. Além disso, os rios da bacia amazônica apresentaram níveis ainda abaixo da normalidade para o período, de acordo com o Serviço Geológico do Brasil (SGB), evidenciando os efeitos da seca e da redução da disponibilidade hídrica sobre as comunidades ribeirinhas e o ecossistema regional.
O relatório internacional serve como alerta às próximas negociações da COP30, em Belém (PA), em novembro, reforçando que investimentos em adaptação climática e redução de emissões são essenciais para proteger vidas e promover desenvolvimento sustentável.
Com informações da Assessoria.
Por Erike Ortteip, da redação da Jovem Pan News Manaus.



