Câmara dos Representantes dos EUA aprova acordo para encerrar o ‘shutdown’ mais longo da história

Após seis semanas de paralisação, Câmara vota projeto que reabre o governo federal e mantém os gastos públicos até janeiro. Debate sobre subsídios de saúde segue sem consenso
Paralisação do governo dos Estados Unidos durou mais de 40 dias e afetou diversos setores, incluindo o controle aéreo - Foto: Freepik

A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos votou, nesta quarta-feira (12), pela aprovação de um projeto que põe fim ao ‘shutdown’ mais longo da história do país. A paralisação, que durou mais de seis semanas, deve ser encerrada após os republicanos conseguirem apoio suficiente no Congresso, mantendo coesão interna e evitando concessões às principais demandas democratas.

A proposta, aprovada no Comitê de Regras da Câmara por oito votos a quatro, prevê a reabertura do governo e a prorrogação dos gastos públicos até janeiro. O Senado já havia aprovado o texto na segunda-feira, com apoio de oito democratas e oposição de apenas um republicano.

O presidente Donald Trump comemorou o resultado. “Vamos reabrir nosso país, que nunca deveria ter fechado”, declarou. O chefe da bancada republicana na Câmara, Tom Emmer, acrescentou que o fechamento “durou mais de 40 dias” e questionou “para que” a paralisação foi mantida.

Durante o período de bloqueio, cancelamentos de voos e atrasos em diversos serviços públicos foram registrados em todo o país, resultado da suspensão de salários de servidores federais, como os controladores de tráfego aéreo.

Os democratas tentaram incluir no acordo um debate sobre subsídios à cobertura de saúde, mas a proposta não avançou. O Senado decidiu reenviar à Câmara um texto neutro nessa questão, enquanto os republicanos prometeram discutir o tema em separado, em um prazo curto.

O líder da minoria no Senado, Chuck Schumer, e o chefe da bancada democrata na Câmara, Hakeem Jeffries, mantiveram voto contrário. Jeffries afirmou que “a assistência médica das pessoas neste país está prestes a se tornar impagável”.

A disputa gira em torno do “Obamacare”, programa criado no governo Barack Obama que buscou ampliar o acesso à cobertura de saúde. A legislação foi mantida parcialmente após decisão da Suprema Corte e continuou sendo financiada por créditos fiscais aprovados pelos democratas.

Com o fim da pandemia, os subsídios ampliados por Joe Biden em 2022 expiram no fim deste ano, o que pode elevar os custos da cobertura. Os republicanos defendem que os auxílios sejam restritos às famílias de baixa renda, enquanto os democratas argumentam que sua retirada pode deixar milhões sem assistência.

Pesquisas recentes mostraram que a maioria da população atribuía aos republicanos e ao governo Trump a responsabilidade pelo fechamento, embora o partido tenha mantido disciplina interna durante a crise. O impasse aumentou a pressão sobre os democratas, que enfrentam divisões internas e mudanças de liderança, após o anúncio da aposentadoria de Nancy Pelosi e críticas crescentes à atuação de Chuck Schumer no Senado.


Com informações da Jovem Pan News*

Por Haliandro Furtado, da redação da Jovem Pan News Manaus