O número de atendimentos a homens com até 49 anos para o tratamento de câncer de próstata aumentou 32% no Brasil entre 2020 e 2024. Dados do Ministério da Saúde apontam que foram realizadas 2,5 mil assistências em 2020 e 3,3 mil em 2024.
Embora a doença ainda seja mais comum entre homens com mais de 65 anos, o levantamento mostra um avanço entre os mais jovens. Segundo o relatório, 84% a 85% dos procedimentos realizados no Sistema Único de Saúde (SUS) correspondem a sessões de quimioterapia, 10% a 12% a cirurgias oncológicas e 3% a 4% a radioterapia.
O aumento dos atendimentos está relacionado à expansão da rede de assistência oncológica e ao maior acesso da população masculina a serviços especializados. A disseminação de informações e campanhas de prevenção também têm contribuído para que mais homens procurem o urologista de forma preventiva.
Número de mortes por câncer próstata cresce no Amazonas
No Amazonas, o cenário é de alerta. Entre 2015 e 2024, o estado registrou 1.861 mortes por câncer de próstata, segundo a Sociedade Brasileira de Urologia – Seccional Amazonas (SBU-AM). A média anual é de cerca de 198 óbitos, o que representa uma morte a cada dois dias. O câncer de próstata é o tipo mais incidente entre os homens no estado, excluindo o de pele não melanoma.
A capital, Manaus, concentra mais de 70% dos diagnósticos e dos atendimentos realizados na rede pública, com destaque para o Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV) e a Fundação Centro de Controle de Oncologia do Amazonas (FCecon), referências no tratamento oncológico da região Norte. Nos municípios do interior, a distância e a falta de acesso a exames laboratoriais e consultas especializadas ainda são desafios para o diagnóstico precoce.
De acordo com o presidente da SBU-AM, Dr. Giuseppe Figliuolo, o desafio está em levar a prevenção para fora da capital.
“No interior do Amazonas, muitos homens não têm acesso regular a urologistas ou exames de rastreio. Isso faz com que os casos sejam diagnosticados tardiamente, o que reduz as chances de cura. Precisamos descentralizar o atendimento e reforçar campanhas de orientação sobre o exame de PSA e o toque retal, que continuam sendo as principais ferramentas de detecção precoce”, destacou o urologista.
Ele também alerta para a importância de combater o preconceito e o medo que ainda cercam o tema.
“Ainda existe resistência dos homens em procurar o médico, seja por tabu, vergonha ou desinformação. A campanha Novembro Azul tem um papel fundamental em quebrar esses paradigmas e mostrar que cuidar da saúde é um ato de responsabilidade e amor à vida”, afirmou.

O Instituto Nacional de Câncer (Inca) estima que o Brasil registre 71,7 mil novos casos de câncer de próstata em 2025, sendo mais de 1.500 na Região Norte. Quando detectado nas fases iniciais, o câncer de próstata tem até 90% de chance de cura.
Os principais fatores de risco incluem envelhecimento, histórico familiar, obesidade, tabagismo e sedentarismo. O diagnóstico é feito por meio de exames de rastreamento, como o PSA (Antígeno Prostático Específico) e o toque retal.
Com informações da Agência Brasil e Assessoria*
Por Haliandro Furtado, da redação da Jovem Pan News Manaus



