A China interrompeu as compras de soja dos Estados Unidos desde maio de 2025, e o movimento vem sendo interpretado como um marco da consolidação do Brasil como principal fornecedor do grão para o maior mercado consumidor mundial.
Segundo a Federação de Fazendeiros dos Estados Unidos (American Farm Bureau Federation), entre junho e agosto os norte-americanos praticamente não venderam soja para o mercado chinês, enquanto o Brasil registrou exportações recordes no mesmo período.
É um sinal de como a América do Sul passou a dominar o mercado e a substituir os produtores norte-americanos”, afirmou a entidade, que também cita a Argentina como concorrente em ascensão.

Tarifa e retaliação comercial
O impasse teve início em abril deste ano, quando o governo chinês impôs uma tarifa de 20% sobre a soja americana. A medida foi uma retaliação às políticas comerciais adotadas pelo então presidente Donald Trump, reacendendo tensões entre as duas maiores economias do mundo.
Com o novo cenário, a safra norte-americana, iniciada em setembro, ainda não registrou vendas para a China, o que tem provocado protestos e preocupação entre agricultores dos Estados Unidos.
As importações de soja da China não estão diminuindo; pelo contrário, atingiram níveis recordes. Mas agora essa demanda é atendida principalmente por produtores da América do Sul”, destaca a federação.
Brasil assume a dianteira
Com clima favorável e colheitas volumosas, o Brasil vem ampliando sua presença no mercado global, consolidando-se como o maior exportador de soja do planeta. A China, que responde por mais de 60% das importações mundiais do grão, tem priorizado fornecedores sul-americanos por questões de preço, estabilidade e logística.
A expansão das áreas de cultivo no Centro-Oeste brasileiro, aliada ao investimento em infraestrutura de escoamento e portos, reforça a posição estratégica do país diante da crise comercial entre China e Estados Unidos.
Com informações do G1
Por Karoline Marques, da redação da Jovem Pan News Manaus
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