A cientista e professora Marília Gabriela Gondim Rezende, da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), lidera um projeto que promete transformar a maneira como os estados brasileiros planejam e monitoram o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.
As Matrizes Metodológicas de Identificação de Aceleradores e Impulsionadores dos ODS (MIAODS, MIIODS e MPODS) foram desenvolvidas no Laboratório de Governança Ambiental e Bioeconomia (LAGBIO/UFAM) e representam um marco na produção científica e estratégica da Amazônia.
O estudo faz parte do projeto “Ferramentas de catalogação e de mitigação dos eventos climáticos extremos: construindo aceleradores e impulsionadores dos ODS no Amazonas”, financiado pela FAPEAM (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas). O trabalho surge como resposta direta aos impactos das secas e inundações históricas que afetam a região e à necessidade de instrumentos técnicos que orientem a formulação de políticas públicas baseadas em evidências e dados científicos.
Segundo a idealizadora, as matrizes têm potencial de uso nacional e internacional.
“A utilização das matrizes metodológicas criadas será fundamental para que o estado do Amazonas possa criar um repertório de soluções e alternativas para superar os gargalos que impedem o alcance das metas previstas nos ODS”, destacou a professora Marília Gabriela.
Ela explica que o modelo criado é replicável e adaptável a outras realidades brasileiras.“O arquétipo metodológico poderá ser utilizado por outros estados, uma vez que possui uma estrutura replicável e adaptável às especificidades de cada território. A expectativa é que o Amazonas possa capitanear a aplicação desses instrumentos e construir uma governança integrada e participativa.”

O diferencial das três matrizes (MIAODS, MIIODS e MPODS) está na capacidade de integrar dimensões ambientais, sociais, econômicas e tecnológicas, permitindo que governos, universidades e instituições privadas planejem ações sustentáveis de maneira articulada.
“As contribuições são múltiplas: para a ciência, ampliam o repertório de estudos e ferramentas de pesquisa; para o mercado, ajudam a identificar gargalos e soluções sustentáveis; e para a sociedade, fornecem caminhos reais para políticas públicas mais inclusivas e efetivas”, afirmou a pesquisadora.
As ferramentas serão apresentadas oficialmente aos órgãos públicos nas próximas semanas e deverão subsidiar a criação de um Plano Integrado de Ações para o Alcance dos ODS no Amazonas, com base em dados concretos e indicadores regionais.
Com esta iniciativa, a Amazônia se consolida como um laboratório global de soluções sustentáveis, mostrando que o conhecimento produzido por mulheres cientistas da região pode orientar o desenvolvimento do Brasil e inspirar políticas públicas em todo o mundo.
Por Tatiana Sobreira, da redação da Jovem Pan News Manaus.




