Concurso ALEAM SUSPENSO? MPAM Pede Cancelamento do Edital Após Apontar Graves Irregularidades

Ministério Público do Amazonas identifica falhas em cotas raciais e exigências, determinando a suspensão imediata do certame com 363 vagas (100 imediatas).

O concurso da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) foi suspenso imediatamente após uma recomendação do Ministério Público do Estado do Amazonas (MPAM). O órgão identificou graves irregularidades no edital, cobrando correções urgentes para garantir a legalidade e a igualdade de condições no processo seletivo.

A recomendação, publicada no Diário Oficial do MPAM na terça-feira (29), solicita que o certame, que ofereçe 100 vagas imediatas e 263 para cadastro reserva, seja paralisado até que as falhas sejam devidamente corrigidas.

Caso a Aleam não acate a medida, o Ministério Público do Amazonas pode entrar com uma ação civil pública para o cancelamento judicial do concurso.

Principais Irregularidades Apontadas pelo MPAM

A atuação do Ministério Público visa proteger os princípios constitucionais da administração pública, como a isonomia e a transparência. Entre as falhas identificadas no edital, destacam-se:

  • Ausência de cotas raciais: O MPAM apontou que o edital não estabeleceu a reserva de vagas para cotas raciais e étnicas (pretos, pardos, indígenas e quilombolas), contrariando jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF) e diretrizes federais sobre políticas afirmativas no serviço público. A falta de procedimentos adequados para a verificação da veracidade das autodeclarações raciais foi um dos focos de questionamento.
  • Exigências desproporcionais: Falhas em exigências e critérios do edital foram apontadas, como requisitos considerados exagerados para alguns cargos.
  • Critérios de avaliação pouco claros: O MP também solicitou maior clareza nos critérios de avaliação e controle sobre a banca organizadora, a Fundação Getulio Vargas (FGV).

Posicionamento da Aleam

Em resposta aos questionamentos, a Assembleia Legislativa do Amazonas informou que já respondeu à Procuradoria-Geral de Justiça e reafirma a legalidade do concurso.

A Casa Legislativa argumenta que não existe lei estadual no Amazonas que torne obrigatória a reserva de vagas para cotas raciais em concursos públicos estaduais e que a lei federal, que estabelece a reserva de 30% das vagas para cotas raciais, se aplica apenas a cargos da administração pública federal, ressaltou ainda que outros concursos estaduais recentes (como Sefaz, TCE, SSP, Polícia Civil e PGE) também não tiveram cotas e não foram suspensos ou anulados. A Aleam manifestou também confiança na lisura do processo seletivo, que está sob a responsabilidade da Fundação Getulio Vargas (FGV).


Detalhes do Concurso

O certame da Aleam visa o preenchimento de vagas para cargos de níveis médio e superior em diversas áreas da administração.

Nível de Escolaridade Vagas Imediatas Cadastro Reserva
Nível Superior 60 158
Nível Médio 40 105
Total 100 263

Os candidatos podiam se inscrever em mais de um cargo, desde que as provas não ocorressem no mesmo horário. A banca organizadora é a FGV, enquato isso

A Assembleia Legislativa do Amazonas (ALEAM) enfrenta um cenário de incerteza em seu concurso público de 2025, após o Ministério Público do Estado do Amazonas (MPAM) recomendar a suspensão imediata do certame. A recomendação, divulgada nesta sexta-feira (31/10/2025), é motivada por “falhas graves” na política de cotas raciais e étnicas do edital, que não estabeleceu procedimentos adequados, como a criação de uma Comissão de Heteroidentificação e regras claras para a comprovação da identidade indígena — um ponto crucial no estado. Enquanto a Casa Legislativa, que tem a FGV como banca, assegura a legalidade do processo, a não inclusão das correções exigidas pelo MPAM pode levar à adoção de medidas judiciais, como uma Ação Civil Pública, e coloca em alto risco de adiamento a Prova Objetiva, que segue prevista para 14 de dezembro de 2025, aguardando-se a publicação de uma 5ª Retificação ou a resposta oficial da ALEAM.


Com Informação: g1 Amazonas e ALEAM

Por Tatiana Sobreira, da redação da Jovem Pan News Manaus

 


 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *