Correios ajustam plano e buscam aporte emergencial de R$ 6 bilhões em dezembro

Proposta reduz captação anterior e tenta destravar negociações com o Tesouro. Meta é recompor liquidez, garantir despesas do fim do ano e reorganizar o caixa para 2026.

Os Correios articulam um novo plano para obter um aporte emergencial de R$ 6 bilhões ainda em dezembro. A proposta reduz o valor da operação de crédito que vinha sendo discutida e prevê reabertura das tratativas com um empréstimo entre R$ 10 bilhões e R$ 15 bilhões.

A estatal analisa ampliar o programa de demissão voluntária para até 15 mil funcionários, acima da previsão inicial de 10 mil desligamentos. O número pode crescer conforme a adesão e o andamento do plano de reestruturação. Internamente, o movimento é tratado como etapa necessária para reduzir despesas permanentes.

Motivações e impacto no caixa

A avaliação é que o aporte emergencial cobre compromissos de fim de ano, incluindo salários, 13º e pagamentos a fornecedores, além de equilibrar o caixa em 2025. Com isso, a empresa espera retomar conversas com bancos em um cenário menos pressionado.

O redesenho do plano ocorre após a proposta anterior, de empréstimo de R$ 20 bilhões, ser rejeitada pela equipe econômica devido ao alto risco para a União. O entendimento interno é que o período eleitoral reduziu o apetite do mercado e que a operação precisa envolver mais instituições financeiras.

Estratégia para nova captação

O objetivo agora é reduzir o valor do crédito para atrair mais bancos e buscar taxas menores. Em comunicado enviado a funcionários, a direção informou que trabalha em alternativas após a recusa da primeira operação e manteve o foco em liquidez imediata, continuidade operacional e cumprimento dos prazos de entrega. A meta é atingir 95% das encomendas entregues no prazo até janeiro de 2026.

A reestruturação prevista para 2025 a 2027 deve priorizar caixa e preservação de empregos, com necessidade de alinhamento ao novo modelo de financiamento.

Projeções para 2026

A análise interna indica que o aporte emergencial e o PDV ampliado podem sustentar uma operação de crédito menor em 2026, com maior chance de aprovação. A expectativa é que liquidez recomposta e medidas iniciais de corte reduzam o risco percebido pelo mercado e facilitem a captação no início do próximo ano.

A liberação de qualquer recurso dependerá da aprovação prévia de um plano de recuperação. A decisão final ficará a cargo do Tesouro Nacional após análise das projeções e do redesenho financeiro.

 

Com informações da Assessoria de Comunicação
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Por Ismael Oliveira – Redação Jovem Pan News Manaus