O decreto nº 12.686/2025, que institui a Política Nacional de Educação Especial Inclusiva, trouxe à tona debates sobre os desafios práticos da inclusão escolar no Brasil. Em entrevista à Jovem Pan News Manaus, Ludmylla Rondon, gestora educacional e CEO da EdTech LiveDu Soluções Educacionais, destacou que a efetividade da política depende de planejamento, formação de professores e preparo das instituições para acolher todos os estudantes.
Publicado em 21 de outubro de 2025, o decreto nº 12.686/2025 estabelece diretrizes para fortalecer a educação inclusiva no país, reafirmando o direito à educação de estudantes com deficiência, autismo e altas habilidades. A medida, coordenada pelo Ministério da Educação, busca transformar a política em prática, mas ainda enfrenta desafios de implementação.
Segundo Ludmylla Rondon, mais de 80% dos estudantes brasileiros estão na rede pública, e a maioria das medidas da nova política acabam sendo interpretadas como soluções para problemas históricos do ensino público.
“Enquanto isso, diretores e proprietários de escolas privadas seguem tentando manter a qualidade do ensino, equilibrando custos e mensalidades. É literalmente remar contra a maré”, explicou.
A gestora destacou que a inclusão não se resume à presença de profissionais especializados ou ao cumprimento de normas.
“É preciso criar uma cultura de acolhimento escolar completa, envolvendo professores, gestores, funcionários e famílias. Cada interação e cada espaço da escola precisam estar preparados”, afirmou.
Ludmylla também apontou que a implementação da educação especial enfrenta desafios relacionados à mão de obra.
“Já vivemos uma escassez de professores, e o cenário para educação especial é ainda mais crítico. Além da formação técnica, esses profissionais precisam de equilíbrio emocional, saúde mental e suporte para lidar com a complexidade das salas de aula”, comentou.
A gestora reforçou que, apesar da polêmica em torno do decreto e de possíveis ajustes durante o período político, a prioridade das instituições deve ser preparar suas equipes para a nova realidade.
“Mais do que discutir se o decreto é bom ou ruim, o foco precisa ser preparação, alinhamento pedagógico e fortalecimento da equipe”, destacou Ludmylla.
A entrevista reforçou a necessidade de olhar para a educação inclusiva de maneira prática e realista, considerando o ecossistema escolar como um todo e a corresponsabilidade entre profissionais, gestores e famílias.
Por Erike Ortteip, da redação da Jovem Pan News Manaus.






