Diretor do Detran-AM contesta dados do ranking e apresenta ações para fortalecer educação e fiscalização no trânsito.
O Observatório Nacional de Segurança Viária (ONSV) divulgou um levantamento que coloca o Amazonas na última posição do país em segurança no trânsito, com nota 1,86, bem abaixo da média do Distrito Federal, líder com 4,00. O estudo Indicadores Rodoviários Integrados de Segurança (IRIS) avaliou 26 estados e o DF em sete pilares, como qualidade das vias, fiscalização, educação no trânsito e indicadores de mortalidade.
Para comentar os resultados, o programa Minuto a Minuto Amazonas, da Jovem Pan News Manaus (98,7 FM), entrevistou o diretor-presidente do Departamento Estadual de Trânsito do Amazonas (Detran-AM), David Fernandes. Ele contestou a base de dados do levantamento, mas reconheceu que a redução de acidentes e a mudança de comportamento dos condutores ainda são grandes desafios. “O Detran não foi procurado por quem fez a pesquisa, e a gente acabou tendo números divulgados do sistema em fevereiro de 2022. A realidade é completamente diferente hoje”, afirmou.
O que o ranking revela
Especialistas ouvidos pelo ONSV afirmam que a posição do Amazonas reflete dificuldades históricas na infraestrutura viária, na cobertura de fiscalização e no atendimento a vítimas, problemas que não se resolvem apenas com campanhas educativas. A baixa nota em todos os pilares do estudo — de vias seguras à normatização e fiscalização — mostra que a melhoria exige políticas permanentes, recursos e integração entre órgãos estaduais e municipais.
Próximos passos
Fernandes apresentou números de programas já em andamento, como ações de educação no trânsito em mais de 400 escolas, alcançando mais de 400 mil pessoas, além da Escola Pública de Trânsito, inaugurada em janeiro de 2024, que já formou mais de 8 mil alunos. “Temos feito concursos para mototaxistas, motofretistas, instrutores de trânsito, cursos de mecânica, e levado palestras para a população, sempre reforçando a importância de obedecer às regras de trânsito”, disse. Mesmo com operações e campanhas de fiscalização, ele alertou que a redução de acidentes depende da responsabilidade dos motoristas e das famílias. “É bom deixar claro que os órgãos fazem seu trabalho, mas não podemos simplesmente tomar uma motocicleta ou um carro. A população precisa participar. Quando se permite que alguém dirija alcoolizado, essa pessoa é entregue ao risco de morte ou à cadeia”, destacou. O diretor adiantou ainda que o Detran-AM pretende ampliar o uso de tecnologia, investir em novas parcerias com municípios e intensificar as ações de educação e fiscalização. O objetivo, segundo ele, é reduzir acidentes e mortalidade, melhorando gradualmente os indicadores do estado.