Um século de uma história de dor e resistência chega às telas com a estreia do documentário “Maria & José: Histórias da Hanseníase no Amazonas”, que acontece hoje (terça-feira, 7/10), às 18h, no Salão de Eventos da Valer Teatro, no Largo de São Sebastião, Centro de Manaus.
A sessão de lançamento é gratuita e aberta ao público e à imprensa.
A obra é uma realização da Associação de Mídias Audiovisuais e Cinema do Amazonas (Amacine) em parceria com a Igara Filmes e Produções, e é resultado de dez meses de pesquisa e produção intensa, envolvendo mais de 50 profissionais entre equipe técnica e elenco. O objetivo é preservar a memória social e histórica da hanseníase no Amazonas, promover o debate acadêmico e combater preconceitos que ainda persistem em torno da doença.
História de um casal amazonense que se tornou símbolo de resistência
O documentário parte da emocionante jornada real de Maria e José, um casal do município de Itamarati, no Alto Rio Juruá, que contraiu hanseníase nos anos 1950 e foi transferido para Manaus em busca de tratamento.
Enquanto José se conformou com o preconceito e as limitações impostas pela sociedade da época, Maria enfrentou uma trajetória marcada por dor e coragem: teve uma filha retirada por adoção forçada, mas encontrou forças para se formar como servente hospitalar e dedicar sua vida ao cuidado de outros pacientes nos leprosários de Paricatuba e Colônia Antônio Aleixo.
Sua história é um testemunho de resiliência feminina e luta por dignidade em meio ao isolamento compulsório e à exclusão social.
Um século de memória reconstruído com rigor histórico e sensibilidade
Além da narrativa pessoal de Maria e José, a produção faz um mergulho inédito na história da hanseníase no Amazonas, cobrindo o período de 1880 a 1980.
Com uma linguagem cinematográfica envolvente, o filme combina reconstituições dramáticas com atores, figurinos de época e maquiagem, cenas ilustradas, fotografias e vídeos históricos para recontar a realidade dos leprosários e os impactos da doença sobre gerações de amazonenses.
Um destaque da narrativa é a figura do Dr. Alfredo da Mata, interpretado por um ator, que conduz o espectador pelos desafios médicos e sociais enfrentados no combate à hanseníase no início do século XX.
Circulação cultural e impacto social
Após a estreia, “Maria & José” seguirá para um circuito de exibições em universidades, espaços culturais e mostras de cinema documental no Brasil, ampliando o alcance de sua mensagem e fortalecendo o debate sobre saúde pública, memória e direitos humanos.
Dirigido por Z Leão, com roteiro de Priscilla Peixoto e direção de arte de Claudilene Siqueira, o documentário busca contribuir para uma nova leitura do passado, valorizando histórias que por muito tempo foram silenciadas.
Com informação da Assessoria*
Por Tatiana Sobreira, da Redação da Joven Pan News Manaus