Enchentes em Sumatra deixam mais de mil mortos e centenas de desaparecidos na Indonésia

O número de vítimas das fortes enchentes que atingem a Indonésia continua elevando. Autoridades locais confirmaram no último sábado que já são 1.006 mortes registradas na ilha de Sumatra, enquanto 217 pessoas seguem desaparecidas em regiões afetadas por deslizamentos de terra e pela destruição de estradas, pontes e redes básicas de serviços.

O impacto do desastre é amplo. Segundo a Agência Nacional de Gestão de Desastres (BNPB), aproximadamente 3,5 milhões de pessoas foram atingidas pela tempestade, que destruiu cerca de 600 escolas, 400 templos religiosos, 200 unidades de saúde e mais de 100 pontes. O fenômeno climático foi intensificado pela presença de um tufão no estreito de Malaca, o que agravou o volume de chuvas e os alagamentos.

As áreas mais afetadas estão concentradas em três províncias do oeste do país: Sumatra do Norte, Sumatra Ocidental e Aceh, esta última a única região indonésia que adota a lei islâmica (sharia). Nessas localidades, a BNPB contabiliza cerca de 5.400 feridos, incluindo casos graves, resultado direto do transbordamento de rios, ventos intensos e deslizamentos.

Apesar da dimensão da tragédia, o ritmo de crescimento dos números desacelerou na última semana. Isso ocorreu após um aumento abrupto de mortos e feridos nos primeiros dias da emergência, quando equipes de resgate enfrentaram condições extremas para alcançar comunidades isoladas.

A situação humanitária, no entanto, segue crítica. Até a sexta-feira passada, dois terços da província de Aceh ainda estavam sem energia elétrica. Veículos da imprensa local também relataram atrasos e falhas na distribuição de ajuda em alguns abrigos, onde o governo mantém mais de 200 mil desabrigados.

Diante do cenário, o presidente da Indonésia, Prabowo Subianto, visitou Sumatra na véspera e afirmou que o governo prestará apoio aos afetados. “O governo continuará ajudando a todos. Peço desculpas se algumas áreas ainda não receberam ajuda. Estamos trabalhando arduamente”, declarou durante a visita às áreas atingidas, segundo a agência estatal “Antara”. O governo estima que mais de três milhões de pessoas tenham sido impactadas direta ou indiretamente pelas chuvas, incluindo milhares de famílias que perderam suas casas.

Como parte da resposta emergencial, a BNPB anunciou a criação de abrigos integrados, que devem reunir, em um único espaço, refeitórios, atendimento de saúde, instalações sanitárias, atividades educacionais para crianças e serviços de apoio psicossocial e traumatológico.

Mesmo com a gravidade da situação, o governo liderado pelo ex-militar Prabowo afirma ter capacidade de lidar com a crise internamente e rejeita, por ora, os apelos de organizações não governamentais que defendem o pedido de ajuda internacional para ampliar o atendimento às vítimas em Sumatra.

O desastre na Indonésia ocorre em meio a uma sequência de eventos climáticos extremos no sul e sudeste da Ásia. Nas últimas semanas, enchentes severas também foram registradas na Tailândia, com ao menos 276 mortes, e no Sri Lanka, onde o número de óbitos confirmados chegou a 640, além de 211 desaparecidos, reforçando o alerta para a intensificação de fenômenos extremos na região.

 

 

 

Por Victoria Medeiross, da Redação da Jovem Pan News Manaus

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