O número de mortos pelas enchentes e deslizamentos de terra na ilha de Sumatra, na Indonésia, subiu para 708 nesta terça-feira (2), segundo a agência nacional de desastres. Outras 504 pessoas permanecem desaparecidas. O total representa aumento em relação aos 604 óbitos registrados no dia anterior.
As fortes chuvas de monção e ciclones tropicais atingiram Indonésia, Sri Lanka e sul da Tailândia ao longo da semana, causando mais de 1.300 mortes, destruindo estradas, pontes e deixando cidades submersas. Na Indonésia, 3,2 milhões de pessoas foram afetadas e 2.600 ficaram feridas. As autoridades confirmaram que 1 milhão de moradores foram evacuados de áreas consideradas de alto risco.
Equipes de resgate tentam alcançar regiões isoladas, mas enfrentam vias bloqueadas e pontes destruídas. De acordo com a Unicef, localidades como Tapanuli Tengah, no norte de Sumatra, e Agam, na província de Aceh, continuam inacessíveis.
Em Aceh, a falta de abastecimento tem elevado preços de alimentos básicos. Segundo a Islamic Relief, mercados já registram desabastecimento, e a organização enviou 12 toneladas de ajuda emergencial.
A entidade informou que a situação pode se agravar caso as rotas de suprimento não sejam restabelecidas nos próximos dias.
“Comunidades em toda Aceh correm risco de escassez de alimentos e fome se as linhas de abastecimento não forem restabelecidas nos próximos sete dias”, destacou a Islamic Relief.
O governo da Indonésia anunciou o envio de 34 mil toneladas de arroz e 6,8 milhões de litros de óleo de cozinha para Aceh, Sumatra do Norte e Sumatra Ocidental. A Organização Mundial da Saúde também mobilizou equipes de resposta rápida, insumos e reforço na vigilância epidemiológica.
O diretor-geral da OMS comentou as condições climáticas extremas registradas na região.
“Isso é mais um lembrete de como as mudanças climáticas estão provocando eventos mais frequentes e extremos, com efeitos desastrosos”, disse Tedros Adhanom Ghebreyesus.
Sobreviventes relataram como as águas avançaram de forma repentina durante a noite, submergindo comunidades inteiras. A estudante, Gahitsa Zahira Cahyani, de 17 anos descreveu a chegada da enxurrada.
“Não achávamos que sobreviveríamos àquela noite, porque a situação era caótica. Não houve aviso prévio antes da água chegar”, relatou Gahitsa Zahira Cahyani.
Além da Indonésia, o Sri Lanka também registrou impactos severos. O ciclone Ditwah provocou 410 mortes e deixou 336 pessoas desaparecidas. O presidente Anura Kumara Dissanayake decretou estado de emergência. As chuvas diminuíram, mas alertas de deslizamentos seguem válidos em grande parte da região central.
A tempestade tropical formada no estreito de Malaca também agravou os danos no sul da Tailândia, onde 181 pessoas morreram.
Com informações The Guardian e Agence France*
Por Haliandro Furtado — Redação da Jovem Pan News Manaus






