As escolas de samba filiadas à LIESA‑AM e à UESAM declararam nesta segunda-feira (6) que não aceitarão que a Secretaria Estadual de Cultura e Economia Criativa (SEC) assuma a organização do Carnaval 2026. Em documento formalizado pela LIESA, com apoio de 20 agremiações, as entidades expressam preocupação com o desrespeito ao modelo adotado nacionalmente e repudiam qualquer tentativa de limitar sua autonomia, especialmente no que cabe à decisão sobre vendas e receitas.
Segundo as escolas, a SEC já teria definido — sem diálogo prévio — a empresa responsável pela comercialização de bebidas no evento. Tal medida, afirmam, compromete diretamente a parte financeira das escolas: “transformar nossas sedes em meras barracas” seria inaceitável, disse Cleildo Barroso, presidente da escola A Grande Família. A SEC seria responsável por impor regras que diminuem o poder de decisão das próprias agremiações.
No documento, as entidades também questionam o seminário promovido pela SEC em setembro, acusando sua condução de parcialidade e falta de democracia. Alega-se que apenas o GAO (Grupo de Acesso Oficial de Cultura Popular) teve acesso ao formato do evento e participou da elaboração de regras que impediriam o voto de escolas do grupo Experimental e, inclusive, do presidente da Beija-Flor do Norte — adianta-se que o seminário não definiu a organização do Carnaval, apenas datas e ordem de desfiles.
Para Roberto Simonetti, presidente da LIESA‑AM, “o poder público é parceiro, mas não pode sobrepor-se às ligas. Estamos abertos ao diálogo, mas não aceitaremos que nos esvaziem.” As escolas já começaram a debater internamente alternativas para 2026 e exigem uma audiência urgente e transparente com o secretário da SEC para definir os rumos do Carnaval.
Com informações da Assessoria
Por Erike Ortteip, da redação da Jovem Pan News Manaus