Estados Unidos deportam mais de 500 mil imigrantes em 2025, aponta governo

Número de deportações pode chegar a 600 mil até o fim do ano; 1,6 milhão deixaram o país voluntariamente
Imigrantes aguardam atendimento em centro de processamento na fronteira dos Estados Unidos - Foto: Reprodução/ Canva

O governo dos Estados Unidos confirmou a deportação de mais de 500 mil imigrantes desde o início de 2025, segundo dados do Departamento de Segurança Interna (DHS). A projeção é que o número chegue a 600 mil até o fim do ano. Além disso, 1,6 milhão de pessoas deixaram o país voluntariamente, por meio do programa de auto-deportação. No total, mais de 2 milhões de imigrantes sem documentação saíram do país em menos de 10 meses.

De acordo com o advogado de imigração João Matheus Loyola, que atua na Flórida, o endurecimento das decisões judiciais tem levado muitos imigrantes a desistirem de seus processos. “As cortes têm restringido direitos, e muitos optam por sair antes de uma detenção”, afirmou. O DHS informou, em nota, que as leis estão sendo aplicadas “de forma justa e firme”, destacando que “ninguém está acima da lei”.

Operações e incentivos

A nova política migratória inclui incentivos para saídas voluntárias, com oferta de passagens aéreas e até US$ 1.000 para quem aceitar deixar o país. O governo alega que o foco das operações são imigrantes com antecedentes criminais, mas organizações de direitos humanos denunciam deportações de pessoas sem registros de crime e separação de famílias.

Dados por país:

México: 585 mil deportados e auto-deportados;
Guatemala: 230 mil;
Honduras: 185 mil;
Venezuela: 150 mil;
Brasil: 93 mil;
Outros países: 857 mil.
No total, o DHS estima mais de 2,1 milhões de imigrantes removidos ou em saída voluntária até outubro de 2025.

Impacto humano e social

As deportações têm resultado na separação de famílias e em dificuldades financeiras para imigrantes que permanecem nos Estados Unidos. Muitos perderam emprego e moradia. “É o sonho americano que virou pesadelo”, relatou uma brasileira à rede Telemundo. O advogado Loyola lembra que ainda existem alternativas legais para regularização migratória e obtenção de visto permanente.

ONGs alertam para o aumento de crises humanitárias nas fronteiras e possíveis violações de direitos humanos. Estima-se que, mesmo com as deportações, mais de 16 milhões de imigrantes sem documentação permaneçam no país, segundo o Pew Research Center.

Impacto político e econômico

As deportações em massa têm reflexos na política interna dos Estados Unidos. O governo defende que a medida busca “restaurar a ordem nas fronteiras”. Economistas, no entanto, apontam riscos à economia em setores que dependem de mão de obra imigrante, como agricultura, construção civil e serviços. “Reduzir o contingente imigrante de forma brusca gera instabilidade”, afirmou o economista Robert Callahan, da Universidade de Georgetown.

Situação dos brasileiros

O Itamaraty acompanha os casos de brasileiros afetados. Estimativas indicam que cerca de cinco mil já deixaram os Estados Unidos em 2025, parte por deportação, parte de forma voluntária. O governo brasileiro tem prestado apoio consular e monitorado famílias com filhos nascidos em território americano.

 

 

Por Haliandro Furtado, da redação da Jovem Pan News Manaus

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