A extração ilegal de madeira em Áreas Protegidas da Amazônia Legal aumentou 44% no período de agosto de 2023 a julho de 2024, segundo dados divulgados pela Rede Simex, iniciativa do Instituto Centro de Vida (ICV) em parceria com o Imazon e o Imaflora.
Um estudo da Rede Simex indica mudanças no padrão da extração ilegal de madeira na Amazônia Legal, com maior incidência em áreas de proteção ambiental. O levantamento, divulgado na quinta-feira (18/12), aponta que a atividade fora da lei vem se deslocando de imóveis rurais privados para Unidades de Conservação, Terras Indígenas e assentamentos rurais.
De acordo com os dados, a exploração madeireira ilegal em Áreas Protegidas registrou aumento de 44% em relação ao período anterior analisado. Nas Terras Indígenas, o crescimento foi de 24%, enquanto nas Unidades de Conservação o aumento chegou a 184%. Em assentamentos rurais, a elevação foi de 66%.
Apesar desse avanço em áreas protegidas, os imóveis rurais ainda concentram 53% do total da extração ilegal identificada. No entanto, nesse tipo de área houve redução de 39% no período analisado, em comparação com o levantamento imediatamente anterior.
No total, foram explorados cerca de 328 mil hectares de florestas nativas para fins madeireiros na Amazônia Legal, o que representa uma queda de 10,5% em relação ao estudo anterior. Desse total, 69% da exploração foi autorizada pelos órgãos competentes, registrando redução de 6%. Já a extração ilegal, que corresponde a 31%, apresentou queda de 19% no mesmo comparativo.
O estado de Mato Grosso concentrou 58% de toda a atividade madeireira — legal e ilegal — e lidera o ranking, com seis dos dez municípios e Áreas Protegidas com maiores registros de extração não autorizada. Entre essas áreas estão quatro Terras Indígenas e duas Unidades de Conservação, incluindo o Parque Estadual do Tucumã.
O Amazonas ultrapassou o Pará e passou a ocupar a segunda posição entre os estados com maior volume de extração ilegal de madeira na Amazônia Legal. Em Roraima, o estudo aponta que, pela primeira vez desde 2022, a extração legal superou a ilegal, representando 54% do total registrado no estado, sendo 90% dessa atividade realizada em imóveis rurais privados.
Segundo a pesquisadora do Imazon, Camila Damasceno, os dados indicam uma mudança territorial da exploração madeireira ilegal, associada à disponibilidade de recursos florestais. De acordo com a análise apresentada no estudo, a redução de madeira em áreas privadas pode estar relacionada ao avanço da atividade em áreas de conservação ambiental.
Com informações da Assessoria.
Por Erike Ortteip, da redação da Jovem Pan News Manaus.






