Ao Minuto a Minuto Amazonas, da Jovem Pan News Manaus, o coronel Lima Júnior apresentou o balanço da cheia de 2025 e as ações de monitoramento para prevenir novos eventos climáticos
A cheia de 2025 atingiu em cheio a rotina de Manaus e do interior, afetando mais de meio milhão de pessoas em todo o Amazonas. Comunidades inteiras enfrentaram alagamentos, perdas na produção agrícola e dificuldades de deslocamento, o que exigiu uma intensa mobilização da Defesa Civil para manter o funcionamento básico das localidades. O Rio Negro chegou a 29,02 metros no dia 9 de julho, ultrapassando a cota de inundação severa e impondo um dos maiores desafios hidrológicos dos últimos anos. Equipes da Defesa Civil trabalharam na construção de mais de 3 mil metros de pontes e passarelas para assegurar que as famílias tivessem acesso a escolas, igrejas, unidades de saúde e ao transporte de alimentos, diminuindo os impactos sobre a vida cotidiana.
Em entrevista exclusiva ao Minuto a Minuto Amazonas, nesta segunda-feira, 29, o coronel Lima Júnior, secretário municipal da Defesa Civil, fez um balanço das ações desenvolvidas durante o período de cheia. Para ele, a experiência reforça a necessidade de agir sempre com planejamento e antecipação, garantindo que a resposta chegue rapidamente a quem mais precisa.
“Foram mais de 3 mil metros de pontes para garantir que as famílias mantivessem acesso a serviços essenciais. Mesmo com os transtornos, conseguimos manter a rotina das comunidades e dar resposta rápida com apoio de parcerias estaduais e do Sistema Geológico do Brasil”, destacou o secretário.
Além de relembrar as medidas adotadas na cheia, Lima Júnior apontou que o investimento em tecnologia e monitoramento climático é hoje um pilar estratégico para prevenir novos eventos extremos. Ele explicou que a Defesa Civil está contratando meteorologistas e ampliando o uso de aplicativos e ferramentas que ajudam a prever mudanças climáticas, permitindo identificar riscos com antecedência.
“É melhor prevenir do que remediar. Já contratamos um meteorologista, estamos em processo de contratar mais dois e utilizamos aplicativos e ferramentas que ajudam a prever mudanças climáticas. Com mais colaboradores, teremos um monitoramento mais completo e ágil”, afirmou.
Após o período de cheia, o Amazonas vive agora a fase de vazante, marcada pela descida gradual do nível dos rios. Segundo o Serviço Geológico do Brasil, a previsão é de que este ano a seca seja de leve a moderada, um cenário mais tranquilo do que em anos de estiagem severa, mas que ainda requer acompanhamento constante. O monitoramento contínuo é fundamental para orientar ações de abastecimento de água, transporte fluvial e atendimento a áreas mais remotas, além de reduzir riscos de deslizamentos e garantir que comunidades ribeirinhas possam atravessar a nova etapa com segurança. Com a experiência adquirida e a integração com órgãos de pesquisa e monitoramento, a Defesa Civil de Manaus busca aprimorar protocolos e reforçar a prevenção, mantendo a cidade preparada para as próximas fases do ciclo das águas na Amazônia.
Por João Paulo Oliveira, da redação da Jovem Pan News Manaus