General russo morre em atentado a bomba contra carro em Moscou

Autoridades investigam possível envolvimento da inteligência ucraniana em ataque ocorrido na capital russa
Foto: Reuters

Um general russo morreu na manhã desta segunda-feira após a explosão de um artefato colocado sob seu carro em Moscou. O ataque se soma a uma série de atentados contra integrantes do alto escalão militar da Rússia desde o início da guerra na Ucrânia. A Comissão de Investigação da Rússia informou que apura se serviços de inteligência ucranianos estiveram envolvidos na ação.

A vítima foi identificada como Fanil Sarvarov, de 56 anos, tenente-general e chefe da diretoria de treinamento operacional do Estado-Maior das Forças Armadas da Rússia. Segundo as autoridades, ele morreu em decorrência dos ferimentos causados pela explosão. Em nota, uma porta-voz da Comissão de Investigação afirmou que os investigadores seguem “diversas linhas de apuração”, incluindo a hipótese de envolvimento da inteligência da Ucrânia.

Canais russos no Telegram ligados aos serviços de segurança relataram que o carro de Sarvarov explodiu enquanto trafegava por uma rua de Moscou por volta das 7h no horário local (1h em Brasília). De acordo com esses relatos, o veículo ainda percorreu alguns metros antes da detonação. Imagens divulgadas pela mídia estatal mostraram o automóvel gravemente danificado em uma área residencial da capital.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que o presidente Vladimir Putin foi informado imediatamente sobre a morte do general. Até o momento, o governo russo não anunciou medidas concretas em resposta ao atentado, embora parlamentares e autoridades tenham cobrado punição aos responsáveis.

Sarvarov era responsável por supervisionar o treinamento de combate e a prontidão das tropas russas envolvidas na guerra na Ucrânia. Segundo o Ministério da Defesa, ele participou de operações militares na Chechênia e teve atuação na campanha russa na Síria, durante o apoio de Moscou ao regime de Bashar al-Assad.

A morte do general ocorre em meio a um histórico recente de ataques semelhantes. Em dezembro de 2024, o tenente-general Igor Kirillov, chefe das forças de proteção nuclear, biológica e química do Exército russo, morreu após a explosão de uma bomba escondida em um patinete elétrico próximo ao seu prédio residencial. O assistente de Kirillov também morreu no ataque, cuja autoria foi reivindicada pela Ucrânia.

Em abril deste ano, o tenente-general Yaroslav Moskalik, vice-chefe do principal departamento operacional do Estado-Maior, foi morto por um artefato explosivo colocado em seu carro nos arredores de Moscou. Um suspeito foi preso pouco depois.

Autoridades russas atribuem à Ucrânia uma série de atentados e assassinatos seletivos desde o início da invasão em larga escala, em 2022. Kiev afirma ter como alvo militares e autoridades russas que considera responsáveis por crimes de guerra, embora nem sempre reivindique oficialmente essas ações.

A sucessão de ataques tem exposto falhas nos sistemas de segurança do país. No ano passado, Putin classificou a morte de Kirillov como um “grave erro” das agências de segurança e afirmou que elas precisavam reforçar sua atuação.

O atentado ocorre em um momento de iniciativas diplomáticas paralelas envolvendo Rússia, Ucrânia e Estados Unidos, que discutem possíveis caminhos para o fim do conflito, próximo de completar quatro anos.


Com informações do O Globo*

Por Haliandro Furtado — Redação da Jovem Pan News Manaus