Genética e inteligência artificial impulsionam criação de tambaquis no Amazonas

Universidade Nilton Lins e Unesp promovem intercâmbio científico para melhorar a piscicultura amazônica

Programa de Pós-Graduação em Aquicultura (PPG-AQUI) e pesquisadores da Universidade Nilton Lins, realizaram na última quinta-feira (9) uma série de palestras em parceria com o Centro de Aquicultura da Universidade Estadual Paulista (Caunesp). O objetivo foi fortalecer a cooperação acadêmica e científica nas áreas de aquicultura e genômica aplicada, com foco na melhoria da criação de tambaquis, espécie essencial para a piscicultura amazônica.

O PPG-AQUI é oferecido em conjunto com o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e tem formado profissionais capacitados para atuar em pesquisa, docência e gestão na área. A parceria com a Unesp amplia o intercâmbio de pesquisadores, permite o desenvolvimento de projetos conjuntos e facilita o uso de tecnologias avançadas de melhoramento genético de peixes.

Segundo o professor Renato Barbosa Ferraz, especialista em aquicultura e genômica da universidade destacou que, “as palestras e o intercâmbio com a Unesp reforçam o compromisso da academia com a pesquisa aplicada e com o desenvolvimento sustentável da aquicultura na Amazônia”.

Durante o evento, foram apresentadas pesquisas recentes sobre genética e sanidade de peixes, com destaque para o tambaqui. Entre os palestrantes estavam Diogo Teruo Hashimoto e John Fredy Gómez Agudelo, ambos do Centro de Aquicultura da Unesp, que detalharam técnicas inovadoras para otimizar a produção de peixes.

Inteligência artificial no melhoramento genético

Hashimoto explicou como a combinação de fenômica e inteligência artificial está transformando o melhoramento de peixes. Por meio de sensores e imagens, milhões de dados são coletados e processados por sistemas de IA, de forma semelhante ao reconhecimento facial, permitindo identificar peixes com maior resistência a doenças e melhor desempenho produtivo.

“Formamos um núcleo genético em Manaus com o Inpa e parceria com a Nilton Lins. Os animais foram avaliados, fotografados e o banco de dados treinou os sistemas de IA para extrair informações relevantes sobre cada peixe”, afirmou Hashimoto.

Combate a parasitas e seleção genômica

John Agudelo apresentou avanços no uso da seleção genômica para combater os acantocéfalos, parasitas que afetam o tambaqui na região. Por meio da identificação de genes relacionados ao estresse, defesa imunológica e integridade celular, é possível desenvolver peixes mais resistentes, com maior produtividade e menor custo.

“A leitura direta do DNA aumenta a precisão e a velocidade na seleção de características desejáveis, sendo uma ferramenta promissora para a evolução da aquicultura sustentável”, explicou o pesquisador.

Para a vice-reitora de Pós-graduação, Pesquisa e Inovação da Nilton Lins, Cleuciliz Santana, o programa de mestrado e doutorado em aquicultura é estratégico para o Amazonas e para a segurança alimentar da região Norte. Segundo ela, a parceria com a Unesp, referência nacional em aquicultura, amplia ainda mais a qualidade e o impacto das pesquisas desenvolvidas.

O projeto é apoiado por Fapeam e Fapesp, consolidando uma rede de cooperação científica que promete transformar a criação de tambaquis na Amazônia, unindo tecnologia, genética e sustentabilidade.

Com informações da Assessoria*

Por Tatiana Sobreira, da Redação da Jovem Pan News Manaus.

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