O grupo terrorista Hamas declarou nesta quinta-feira (9) o fim da guerra com Israel, em um dos anúncios mais aguardados desde o início do conflito, há dois anos. O comunicado foi feito por Khalil Al-Hayya, membro da alta cúpula do grupo e principal negociador do acordo de paz mediado pelos Estados Unidos e países árabes.
Segundo Al-Hayya, o cessar-fogo permanente foi garantido após tratativas com representantes norte-americanos, egípcios, catarianos e turcos. O líder palestino sobreviveu, em setembro, a um ataque israelense contra alvos do Hamas no Catar — país que teve papel central nas negociações.
A guerra começou em 7 de outubro de 2023, quando o Hamas lançou um ataque surpresa contra Israel, matando mais de 1,2 mil pessoas e sequestrando 251 reféns. Desde então, de acordo com autoridades ligadas ao grupo, mais de 60 mil palestinos morreram em Gaza.
Primeira fase do acordo
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que Israel e o Hamas aceitaram um plano de paz em etapas. A primeira fase inclui a libertação de todos os reféns ainda sob poder do Hamas, em troca da soltura de cerca de dois mil prisioneiros palestinos.
O acordo também determina o recuo gradual das tropas israelenses na Faixa de Gaza e a ampliação da ajuda humanitária, com entrada de alimentos, medicamentos e água. Segundo um porta-voz de Israel, o cessar-fogo deve começar em até 24 horas após a aprovação final do tratado pelo governo de Benjamin Netanyahu.
Entre os pontos mais sensíveis está a devolução dos corpos de reféns mortos, condição imposta por Israel. O Hamas, no entanto, admitiu não saber a localização de todos e pediu prazo maior para concluir as buscas. Para auxiliar na missão, a Turquia anunciou a criação de uma força-tarefa internacional com a participação de autoridades de Israel, Catar, Egito e Estados Unidos.
Transição política em Gaza
A proposta da Casa Branca, apresentada no fim de setembro, prevê que Gaza se torne uma zona livre de grupos armados, com anistia para membros do Hamas que entregarem suas armas e aderirem à convivência pacífica.
Durante a transição, o território será administrado por um comitê palestino tecnocrático e apolítico, até a transferência de poder para a Autoridade Palestina, reconhecida internacionalmente. O plano também inclui um pacote econômico e de reconstrução, que deve envolver investimentos em infraestrutura e programas sociais.
Reações
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, celebrou o acordo e afirmou que o tratado representa uma vitória moral e diplomática para Israel.
“Um grande dia para o nosso país. Esse é um sucesso nacional e um passo importante rumo à estabilidade na região”, escreveu em rede social.
Já o Hamas, em nota, agradeceu o apoio de Catar, Egito e Turquia e reconheceu os esforços de Trump na mediação do cessar-fogo.
“Os sacrifícios do nosso povo não serão em vão. Permaneceremos fiéis à nossa promessa, lutando por liberdade, independência e autodeterminação”, declarou o grupo.
Fonte: G1
Por João Paulo Oliveira, da redação da Jovem Pan News Manaus