O transporte fluvial no Brasil concentra-se principalmente nas hidrovias da Amazônia e do Tocantins–Araguaia, que juntas responderam por 89% da carga movimentada em 2024, segundo dados da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). O modal é crucial para o agronegócio, a indústria da Zona Franca de Manaus e a logística nacional.
Em 2024, as hidrovias da Amazônia e do Tocantins–Araguaia transportaram 107,4 milhões de toneladas, com soja e milho representando cerca de metade desse volume. Além do agronegócio, o transporte fluvial também é essencial para o escoamento da produção industrial de Manaus.
O Brasil possui 20,1 mil quilômetros de vias navegáveis economicamente, sendo aproximadamente 16 mil quilômetros na Amazônia, o que equivale a 80,79% da malha hidroviária nacional. Essa extensão torna o transporte fluvial vital para cidades ribeirinhas e, mais recentemente, estratégico para exportações agrícolas.
O crescimento do modal ocorreu principalmente a partir de 2014, com a entrada de grandes operadores de granéis e a abertura de novos corredores logísticos. Além de reduzir custos, o transporte fluvial apresenta vantagens ambientais, emitindo até 73% menos CO₂ que o rodoviário e 36% menos que o ferroviário, segundo estudo da Future Climate Group.
O transporte em larga escala permite que comboios de barcaças, empurrados por um único rebocador, transportem até 75 mil toneladas por viagem — o equivalente a cerca de mil caminhões. Segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), transportar a carga exclusivamente por caminhões até o porto de Vila do Conde custa US$ 120 por tonelada, enquanto o uso combinado de barcaças reduz o custo para US$ 108 por tonelada.
O modal também é estratégico para o Polo Industrial de Manaus, com contêineres saindo da capital amazonense por barcaças até os portos do Arco Norte e, de lá, seguindo para outras regiões do país e países do Mercosul.
Entre os desafios, estão a sazonalidade dos rios e a necessidade de manutenção contínua das hidrovias, incluindo dragagem e sinalização. Projetos de concessão dos rios Madeira, Tapajós e Tocantins estão previstos, mas sofrem atrasos regulatórios e socioambientais. Enquanto isso, o governo federal destinou R$ 370 milhões em contratos de cinco anos para dragagem e sinalização nos rios Amazonas e Solimões.
O transporte hidroviário amazônico já é decisivo para a economia brasileira, e investimentos contínuos podem ampliar sua participação, reduzindo custos, emissões e gargalos logísticos no país.
Com informações da Assessoria.
Por Erike Ortteip, da redação da Jovem Pan News Manaus.






