Impactos Emocionais do Pós-Pandemia em Crianças Persistem e Exigem Ações de Longo Prazo, apontam estudos

Aumento de ansiedade, dificuldades de convivência e mudanças comportamentais seguem presentes no cotidiano das crianças brasileiras, segundo pesquisas recentes de instituições especializadas.

Quatro anos após o período crítico da Covid-19, pesquisas brasileiras mostram que os impactos emocionais e comportamentais nas crianças continuam presentes e ainda demandam atenção especializada. Levantamento da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal (2023) indica que mais da metade das instituições educacionais relataram aumento de ansiedade, insegurança e dificuldades de convivência entre os pequenos no retorno às atividades sociais.

Outro estudo conduzido pela Fiocruz (2022) reforça essa tendência ao apontar que mudanças de humor, irritabilidade, regressões comportamentais e desafios de socialização permaneceram após a reabertura de creches e escolas. O isolamento prolongado, a redução de interações presenciais e a desestruturação das rotinas são mencionados como fatores determinantes para esses efeitos duradouros.

Especialistas em desenvolvimento infantil explicam que, embora muitas crianças tenham readaptado suas dinâmicas sociais, o impacto emocional não desaparece imediatamente. A primeira infância fase que envolve formação de vínculos, construção da autonomia e aprendizagem socioemocional foi diretamente afetada pela ausência de experiências coletivas e pela exposição prolongada a ambientes de tensão familiar.

Profissionais da psicologia destacam que os dados reforçam a necessidade de estratégias contínuas que integrem saúde emocional, rotina estável, participação ativa da criança e ambientes seguros. Intervenções preventivas, identificação precoce de sinais de sofrimento, fortalecimento de vínculos e promoção de habilidades sociais são apontadas como ações essenciais para favorecer uma readaptação sólida e reduzir impactos futuros na aprendizagem e na convivência.

Abordagens práticas que têm mostrado resultados

Pesquisas da área educacional e da psicologia do desenvolvimento apontam que práticas como autorregulação emocional, atividades lúdicas estruturadas, promoção da autonomia, experiências de colaboração e contato com ambientes naturais contribuem para a redução da ansiedade e para a retomada da segurança emocional.

A literatura científica também reforça que crianças que se sentem acolhidas, acompanhadas e incluídas tendem a apresentar melhor desempenho cognitivo, maior participação nas atividades e avanços significativos em habilidades socioemocionais.

Experiência de instituições que adotam modelos integrados

Em Manaus, uma das instituições que ampliou suas ações nesse campo é o Centro Educacional Mundo do Saber, que estruturou rotinas e projetos destinados a fortalecer saúde emocional, autonomia, convivência e vínculos, aliando esses pilares a um currículo acadêmico organizado. De acordo com a instituição, o objetivo é garantir que as crianças cresçam em um ambiente seguro, estimulante e equilibrado condição essencial para que o aprendizado seja significativo e duradouro.

Com informações da Assessoria.

Por Erike Ortteip, da redação da Jovem Pan News Manaus.